Azzas 2154 (AZZA3) só não caiu mais que Americanas (AMER3) entre as varejistas nos últimos 12 meses: queda é oportunidade de compra?

A Azzas 2154 (AZZA3) pode estar correndo o risco de nem completar o primeiro aniversário. Menos de um ano após a fusão da Arezzo&Co com o Grupo Soma, rumores do mercado dizem que uma possível cisão estaria no horizonte da alta gestão. 

Somado às dificuldades enfrentadas pelo setor de varejo no atual cenário econômico, as ações AZZA3 já acumulam uma queda de mais de 60% nos últimos 12 meses. Essa queda no preço dos papéis, em relação às varejistas, só não foi maior que a vista na Americanas (AMER3), que nos últimos 12 meses derreteram mais de 90%. 

Se antes da fusão as companhias Arezzo e Soma, juntas, valiam R$ 13 bilhões, agora são calculadas no valor de R$ 10 bilhões, uma queda de mais de 20%. 

O temor de uma cisão da Azzas 2154 teve início devido aos rumores de conflitos na gestão interna, entre os principais acionistas do grupo, Alexandre Birman e Roberto Jatahy. 

De acordo com Larissa Quaresma, analista de equity da Empiricus Research, entretanto, a possibilidade de uma separação ainda é remota. “Por enquanto, tudo é especulação. A companhia emitiu um fato relevante na semana passada desmentindo os rumores da saída de Jatahy do quadro societário ou do quadro executivo da companhia”, comenta a analista. 

Números da fusão da Arezzo e Grupo Soma 

Azzas 2154 representa atualmente o maior conglomerado de moda do Brasil. São:

• 35 marcas, entre elas Reserva, Arezzo, Schutz, Hering e Farm RIO;
• Mais de 2 mil lojas e franqueados;
• 22 mil funcionários;
• R$ 12 milhões em receita bruta. 

A visão de Birman para a união sempre foi reforçada pela possibilidade de criar uma “casa de marcas” (house of brands, em inglês), como a LVMH, que reúne marcas como Louis Vuitton, Dior e Sephora. 

Além disso, o plano de fusão buscava extrair diversas sinergias entre as marcas, como a expertise do Grupo Soma com vestuário feminino (com marcas como Farm, Animale, Cris Barros, Nati Vozza, entre outras), e a expertise da Arezzo no segmento de calçados e no atendimento de franqueados. Um exemplo já concretizado disso é o lançamento de uma coleção de sapatos e acessórios disponíveis em lojas Hering e Farm. 

A mescla dos grupos, ademais, também é uma abertura para maior sinergia de custos e questões administrativas, negociação com fornecedores, mídias pagas e a compra de materiais em maior escala com melhores descontos nas margens. 

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“Onde há fumaça, há fogo”: Azzas 2154 pode se dissolver?

Como diz a analista, “onde há fumaça, há fogo, mas o incêndio pode não ser tão grande quanto especulado”. Em sua perspectiva, há duas possibilidades maiores do que poderia acontecer com Azzas 2154 nos próximos meses e que não prejudicariam a empresa:

1- Birman, detentor de 21% do Grupo – maior fatia – comprar a parcela de Jatahy (10%) e absorver as outras marcas. Isso não seria prejudicial, desde que não seja preciso tomar divida no nome da empresa para fazer essa negociação, sem comprometer o caixa;

2- Caso a fusão seja desfeita, cenário que Quaresma encara como improvável, a Arezzo ainda tem um ROE acima de 15%, uma rentabilidade que caiu a partir da fusão. Nesse caso, seria preciso uma reavaliação na tese de investimentos em relação ao crescimento dos negócios de acessórios.

No cenário atual, a analista ressalta que a ação AZZA3 está negociada a menos de 8x Preço/Lucro projetado para 2025, colocando-a, frente aos pares do varejo, como uma das mais baratas. Nesse sentido, a Empiricus Research mantém os papéis da companhia como uma recomendação de compra para os investidores. 

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No quadro abaixo, a analista analisa o cenário atual de Azzas 2154 e o que esperar do investimento na companhia:

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