Astrônomos desvendam origem de misterioso sinal extraterrestre

Uma equipe internacional de astrônomos identificou a origem de uma série de pulsos de rádio de um misterioso sinal extraterrestre. Descoberto há 10 anos – e redescoberto no ano passado – o sinal misterioso vinha de um sistema de estrelas binárias, com uma anã-vermelha e outra branca.

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Anteriormente, astrônomos associavam sinais de rádio de longos períodos a estrelas de nêutrons. Os astrônomos localizaram o sinal misterioso, que se repetia a cada duas horas, na direção da constelação Ursa Maior.

Em um estudo publicado na última terça-feira (12), os astrônomos afirmam que a interação dos campos magnéticos das estrelas binárias causavam o sinal misterioso. O sistema binário batizado como ILTJ1101 fica a 1.600 anos-luz da Terra.

“Existem várias estrelas de nêutron altamente magnetizada, ou magnetares, que exibem pulsos de rádio em um período de poucos segundos”, afirmou Charles Kilpatrick, um dos autores do estudo.

No entanto, o sinal misterioso que os astrônomos descobriram revela também uma fonte diferente de rajadas de rádio de longo período.

Sinal misterioso é o primeiro de longa duração com origem descoberta

Os astrônomos, liderados por Iris de Ruiter, da Universidade de Sidney e principal autora do estudo, descobriram o sinal misterioso enquanto analisavam dados do LOFAR. Aliás, LOFAR, ou Low Frequency Array, é o maior conjunto de radiotelescópios do mundo que opera em baixas frequências detectadas pela Terra.

O primeiro pulso de rádio do sinal extraterrestre apareceu nos dados do LOFAR em 2015. Posteriormente, os astrônomos identificaram mais seis pulsos da mesma fonte. Contudo, diferentemente das rajadas rápidas de rádio (FRB, da sigla em inglês), esses pulsos do sinal misterioso tinham menos energia e maior duração.

Em seguida, os astrônomos calcularam a variação de movimento da anã-vermelha para determinar a massa de sua estrela companheira, que se alinhou ao valor típico de massa de anãs-brancas.

“Em quase todos os cenários, a massa e o fato de ela ser quase invisível significam que deve ser uma anã-branca”, afirmou Kilpatrick. 

Desse modo, os astrônomos comprovaram a hipótese do sistema binário e identificaram a primeira evidência direta dos sistemas que emitem pulsos de rádio transitórios de longa duração.

A descoberta desafia, portanto, os modelos existentes desses tipos de sinais. Agora, os astrônomos pretendem estudar a emissão de raios ultravioleta do sistema binário para compreender a longa duração do sinal.

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