Após forte alta, é hora de vender “utilities” na B3? Santander ainda vê oportunidades
Ações de utilities registraram uma valorização média de 23,2% desde o fim do ano passado; banco destaca preferências no setor The post Após forte alta, é hora de vender “utilities” na B3? Santander ainda vê oportunidades appeared first on InfoMoney.


Em meio a forte valorização das ações de utilities (energia e saneamento) brasileiras desde o fim do ano passado — com alta média de 23,2% entre os papéis cobertos pelo Santander — investidores começam a reavaliar suas posições no setor, segundo o banco. A dúvida ganhou força especialmente diante da estabilidade dos títulos públicos de 10 anos, que seguem próximos das máximas de 15 anos, reduzindo o spread real de retorno dessas empresas para níveis historicamente baixos.
No fim do ano passado, o setor era considerado uma aposta atrativa, sustentado por valuation descontado (com spread de 6,2% frente aos títulos de 10 anos), proteção contra a inflação, crescimento orgânico robusto e ambiente regulatório estável. Com parte desse otimismo já precificado, surge a pergunta: já é hora de reduzir a exposição ao setor de utilities?
Para os analistas do banco, reduzir parcialmente a exposição a utilities para aumentar a alocação em títulos de 10 anos é justificável. Ainda assim, o banco não vê motivos para que utilities deixem de ser uma posição central na carteira de ações, já que os principais pontos de venda seguem válidos: proteção contra inflação, crescimento orgânico robusto e ambiente regulatório estável.
Além disso, apesar da compressão dos spreads, as TIRs (Taxa Interna de Retorno) reais permanecem elevadas. Olhando para o futuro, os analistas acreditam que o fluxo estrangeiro e o ambiente macroeconômico terão papel ainda mais relevante no desempenho do setor.
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Dentre as ações das empresas brasileiras, o banco tem preferência (tem como top pick) a Sabesp (SBSP3), que é seguida pelo Copel (CPLE6), Equatorial (EQTL3) e Eneva (ENEV3). Veja os motivos a seguir:
Sabesp (SBSP3)
O Santander reforçou seu otimismo e sua preferência por Sabesp na América Latina, uma vez que a empresa possui características únicas que podem atrair investidores estrangeiros: alta liquidez, grande valor de mercado (US$ 13,77 bilhões), um controlador respeitado (Equatorial), crescimento significativo do Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (CAGR, Taxa de Crescimento Anual Composta, de 18% entre 2024 e 2029) e potencial de crescimento inorgânico.
O banco também destaca que a tese de investimento da companhia permite atrair diferentes perfis de fundos temáticos (água, infraestrutura, ESG e impacto).
Além disso, o Santander acredita que o histórico da Equatorial (EQTL3) em recuperar ativos recém-privatizados reforça o otimismo de que a Sabesp pode entregar um cenário positivo.
O banco reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 122,02.
Equatorial (EQTL3)
O Santander disse gostar da cultura corporativa da Equatorial e de seu histórico de excelência em alocação de capital e recuperação de ativos problemáticos. “Acreditamos que essas qualidades serão úteis para capturar bons retornos em novas oportunidades”, pontua o banco.
A equipe de análise do banco também vê potencial de valorização com a Sabesp e melhora no perfil de alavancagem após a venda da unidade de transmissão. A ação negocia a um valuation atrativo, com TIR real de 12,0%.
O banco manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 44,38.
Copel (CPLE6)
O Santander reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 12,63, uma vez que a Copel oferece uma combinação interessante de valuation atrativo (TIR real de 11,1%) com perfil de risco reduzido.
Apesar da valorização acumulada no ano, o banco acredita que o sucesso da privatização ainda não está totalmente refletido no preço das ações. No entanto, isso pode mudar nos próximos anos, especialmente se forem anunciados dividendos extraordinários. A Copel deve divulgar sua nova política de dividendos junto aos resultados do 1T25, programados para 8 de maio.
Analistas ainda avaliam que a companhia está bem posicionada para capturar valor adicional no próximo leilão de capacidade.
Eneva (ENEV3)
O Santander reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 15,57 para Eneva, pois a companhia está melhor posicionada para atender a nova demanda por capacidade no Brasil.
Analistas acreditam que, para atender ao aumento da demanda por capacidade energética, o governo deve adotar uma postura conservadora e realizar leilões regulares de reserva de capacidade — o próximo está previsto para 2025. “Nele, esperamos que a Eneva recontrate ativos existentes e avance com o gasoduto da Celse”, comentam. “Do contrário, há risco de que os ativos atuais não tenham flexibilidade suficiente para atender aos picos crescentes de demanda.”
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