Análise: Prince of Persia: The Lost Crown impressiona em sua versão mobile

Uma das grandes surpresas de 2024, sem dúvidas, foi Prince of Persia: The Lost Crown. Logo no início do ano passado, a franquia — que já foi uma das mais celebradas da indústria, mas estava adormecida há mais de uma década — encantou jogadores ao redor do mundo com um ótimo metroidvania, digno de ser citado nas discussões atuais sobre os melhores do gênero.Agora em 2025, essa mesma trajetória de sucesso continua com a chegada do título às plataformas mobile (iOS e Android). Indo direto ao ponto, temos aqui uma ótima versão do título que oferece uma experiência impressionante e facilmente acessível em todo lugar.A lenda do príncipe imortalComo Prince of Persia: The Lost Crown já foi analisado pela nossa equipe em seu lançamento original, esta análise será focada nas questões práticas da adaptação do título da Ubisoft para as plataformas móveis. Assim, caso você ainda não tenha lido a análise assinada pelo Victor Victório, recomendo fortemente que o faça para saber mais sobre o jogo e sobre a gameplay em si.Mas, resumindo, aqui assumimos o controle de Sargon, guerreiro persa que também é um dos Sete Imortais: combatentes especiais de elite fortalecidos por Athra — a energia vital. A cidade de Persépolis, onde o jogo se inicia, se encontra sitiada no início da aventura, mas Sargon e outros imortais logo conseguem contornar a situação, com o conflito terminando na queda do general inimigo.Porém, a sonhada paz dura pouco, com o príncipe sendo raptado e a narrativa seguindo para o monte Qaf, lugar onde controversos e perigosos experimentos passados acabaram criando rupturas tangíveis no espaço e no tempo.O interessante é que esse gancho narrativo acaba dando à jogabilidade espaço para explorar essas questões em puzzles e desafios lógicos, remetendo à história da franquia e promovendo um bem-vindo respiro em meio às seções de combate.Em suma, além das esperadas sequências de ação ágeis e empolgantes (que são parte do DNA de Prince of Persia), prepare-se para momentos em que será necessário, por exemplo, manipular o tempo e até se teletransportar magicamente para poder prosseguir. Um ponto muito positivo é que essas seções nunca parecem forçadas ou longas demais, fazendo com que a aventura siga um bom ritmo até o fim, prendendo a atenção do jogador mesmo nesta versão móvel, em que, dada a natureza da plataforma, as distrações são bem mais presentes do que em um console ou PC.Prince of Persia, agora no seu bolsoTratando diretamente da adaptação, acredito que há dois grandes desafios ao adaptar jogos idealizados para outras plataformas em plataformas mobile: os controles, que precisam ser intuitivos; e a performance, que muitas vezes pode sofrer em dispositivos que compartilham o seu poder de processamento com inúmeras outras tarefas.Falando do primeiro ponto, achei os controles de Prince of Persia bastante intuitivos e responsivos: há, como esperado, o tradicional analógico virtual, que funciona ao arrastar o polegar esquerdo pela tela, e também botões virtuais para as principais ações do protagonista, como deslizar, atacar e pular. Não gostou do layout sugerido pela desenvolvedora? Sem problemas, pois é possível personalizar os comandos com grande liberdade no menu, inclusive definindo a escala e a transparência e escolhendo uma posição para cada ação na tela. Até três perfis distintos podem ser salvos e aplicados pelo menu, então se você prefere montar um layout para combate e outro para exploração, por exemplo, saiba que isso é possível neste port.Essa flexibilidade na hora de escolher o layout dos controles é muito bem-vinda porque cada plataforma mobile tem suas próprias especificações de tamanho de tela e algo que funciona muito bem em um tablet não necessariamente funcionará bem em um smartphone mais modesto, por exemplo. Também foi muito bom ver que a Ubisoft incluiu suporte para controles externos, visando quem prefere uma experiência mais tradicional. Testei o jogo com um IPEGA Red Knight e meu 8bitdo Ultimate Controller e em ambos os casos a experiência foi bem satisfatória — outro ponto para os desenvolvedores.Por fim, foram feitas também algumas adições de qualidade de vida pensadas exclusivamente para este lançamento, como a possibilidade do protagonista usar automaticamente poções de cura, atacar e/ou aparar assim que um inimigo estiver ao alcance.Também é possível evitar que o personagem deslize na parede, ajudando nos desafios mais exigentes de plataforma. Todos esses recursos são opcionais, mas sua inclusão prova um zelo com esta adaptação e garante que mesmo os jogadores mais casuais conseguirão se divertir com a aventura no iOS e Android — algo muito importante, a meu ver. Dos consoles para os smartphones, com amorNo que tange à performance, não tive problemas de fluidez ou quedas na taxa de quadros com o jogo em meu smartphone, um Samsung Galaxy S23+. Porém, gostaria de ter visto mais configurações gráficas no menu do jogo — há somente a opção de travar a taxa de quadros em 30 ou 60fps, o que ac

Abr 21, 2025 - 16:02
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Análise: Prince of Persia: The Lost Crown impressiona em sua versão mobile
Uma das grandes surpresas de 2024, sem dúvidas, foi Prince of Persia: The Lost Crown. Logo no início do ano passado, a franquia — que já foi uma das mais celebradas da indústria, mas estava adormecida há mais de uma década — encantou jogadores ao redor do mundo com um ótimo metroidvania, digno de ser citado nas discussões atuais sobre os melhores do gênero.


Agora em 2025, essa mesma trajetória de sucesso continua com a chegada do título às plataformas mobile (iOS e Android). Indo direto ao ponto, temos aqui uma ótima versão do título que oferece uma experiência impressionante e facilmente acessível em todo lugar.

A lenda do príncipe imortal

Como Prince of Persia: The Lost Crown já foi analisado pela nossa equipe em seu lançamento original, esta análise será focada nas questões práticas da adaptação do título da Ubisoft para as plataformas móveis. Assim, caso você ainda não tenha lido a análise assinada pelo Victor Victório, recomendo fortemente que o faça para saber mais sobre o jogo e sobre a gameplay em si.

Mas, resumindo, aqui assumimos o controle de Sargon, guerreiro persa que também é um dos Sete Imortais: combatentes especiais de elite fortalecidos por Athra — a energia vital. A cidade de Persépolis, onde o jogo se inicia, se encontra sitiada no início da aventura, mas Sargon e outros imortais logo conseguem contornar a situação, com o conflito terminando na queda do general inimigo.

Porém, a sonhada paz dura pouco, com o príncipe sendo raptado e a narrativa seguindo para o monte Qaf, lugar onde controversos e perigosos experimentos passados acabaram criando rupturas tangíveis no espaço e no tempo.

O interessante é que esse gancho narrativo acaba dando à jogabilidade espaço para explorar essas questões em puzzles e desafios lógicos, remetendo à história da franquia e promovendo um bem-vindo respiro em meio às seções de combate.

Em suma, além das esperadas sequências de ação ágeis e empolgantes (que são parte do DNA de Prince of Persia), prepare-se para momentos em que será necessário, por exemplo, manipular o tempo e até se teletransportar magicamente para poder prosseguir. Um ponto muito positivo é que essas seções nunca parecem forçadas ou longas demais, fazendo com que a aventura siga um bom ritmo até o fim, prendendo a atenção do jogador mesmo nesta versão móvel, em que, dada a natureza da plataforma, as distrações são bem mais presentes do que em um console ou PC.

Prince of Persia, agora no seu bolso

Tratando diretamente da adaptação, acredito que há dois grandes desafios ao adaptar jogos idealizados para outras plataformas em plataformas mobile: os controles, que precisam ser intuitivos; e a performance, que muitas vezes pode sofrer em dispositivos que compartilham o seu poder de processamento com inúmeras outras tarefas.

Falando do primeiro ponto, achei os controles de Prince of Persia bastante intuitivos e responsivos: há, como esperado, o tradicional analógico virtual, que funciona ao arrastar o polegar esquerdo pela tela, e também botões virtuais para as principais ações do protagonista, como deslizar, atacar e pular. 

Não gostou do layout sugerido pela desenvolvedora? Sem problemas, pois é possível personalizar os comandos com grande liberdade no menu, inclusive definindo a escala e a transparência e escolhendo uma posição para cada ação na tela. Até três perfis distintos podem ser salvos e aplicados pelo menu, então se você prefere montar um layout para combate e outro para exploração, por exemplo, saiba que isso é possível neste port.

Essa flexibilidade na hora de escolher o layout dos controles é muito bem-vinda porque cada plataforma mobile tem suas próprias especificações de tamanho de tela e algo que funciona muito bem em um tablet não necessariamente funcionará bem em um smartphone mais modesto, por exemplo. Também foi muito bom ver que a Ubisoft incluiu suporte para controles externos, visando quem prefere uma experiência mais tradicional. Testei o jogo com um IPEGA Red Knight e meu 8bitdo Ultimate Controller e em ambos os casos a experiência foi bem satisfatória — outro ponto para os desenvolvedores.

Por fim, foram feitas também algumas adições de qualidade de vida pensadas exclusivamente para este lançamento, como a possibilidade do protagonista usar automaticamente poções de cura, atacar e/ou aparar assim que um inimigo estiver ao alcance.

Também é possível evitar que o personagem deslize na parede, ajudando nos desafios mais exigentes de plataforma. Todos esses recursos são opcionais, mas sua inclusão prova um zelo com esta adaptação e garante que mesmo os jogadores mais casuais conseguirão se divertir com a aventura no iOS e Android — algo muito importante, a meu ver. 

Dos consoles para os smartphones, com amor

No que tange à performance, não tive problemas de fluidez ou quedas na taxa de quadros com o jogo em meu smartphone, um Samsung Galaxy S23+. Porém, gostaria de ter visto mais configurações gráficas no menu do jogo — há somente a opção de travar a taxa de quadros em 30 ou 60fps, o que acho pouco, considerando que já há dispositivos no mercado que certamente alcançariam taxas mais altas no título, se houvesse liberdade para isso.

A falta de configurações gráficas também significa que os cortes feitos na transição entre plataformas, como a qualidade das sombras e texturas, não podem ser escolhidos pelo jogador. Porém, nada de terra arrasada: The Lost Crown continua muito bonito nos smartphones e é realmente impressionante que a Ubisoft tenha conseguido trazer a experiência praticamente intacta para esses dispositivos.

A conectividade com a Ubisoft Connect — um ponto de crítica da nossa análise original — também é opcional, mas necessária para usar os recursos de salvamento na nuvem e continuar a campanha em diferentes dispositivos. Também há suporte a PT-BR como no lançamento para consoles, e embora a dublagem não seja uma opção aqui, pelo menos foi preservada a opção de conferir o áudio em persa para uma experiência ainda mais autêntica.

Por fim, cabe lembrar que Prince of Persia: The Lost Crown conta com um teste gratuito de 30 minutos tanto na App Store quanto na Play Store. Após esse tempo de jogo, será preciso adquirir o jogo para ter acesso à experiência completa, sem anúncios ou propagandas intrusivas.

Apesar de o fator preço não ser algo que costumamos discutir aqui no GameBlast, vale lembrar que a versão mobile, ao menos no Brasil, se encontra mais barata do que nos consoles, tornando mais uma vez a experiência bastante recomendável para quem busca uma aventura acessível, divertida e de qualidade em seu smartphone ou tablet. 

Um excelente port que não deve nada às versões de outras plataformas

Uma das melhores surpresas de 2024, Prince of Persia: The Lost Crown chega aos dispositivos móveis em uma versão imperdível para quem aprecia aventuras de qualidade no estilo metroidvania. Com controles personalizáveis, funções extras pensadas para as novas plataformas e excelente performance, aqui está mais uma prova cabal de que smartphones e tablets também podem (e devem) ser a casa de experiências premium, normalmente associadas aos consoles e computadores. No fim, caso você não tenha vivido ainda a aventura de Sargon (ou queira revivê-la a qualquer momento), saiba que o seu dispositivo iOS ou Android é, agora, um ótimo meio para fazê-lo, graças a mais um acerto da Ubisoft.

Prós

  • Adapta perfeitamente a elogiada aventura de Sargon para os dispositivos móveis, com boa performance e recursos bem-vindos, como os ataques automáticos, que ajudarão até mesmo os jogadores mais casuais a completarem a aventura;
  • A possibilidade de personalizar os comandos na tela e/ou usar controles externos via bluetooth ou cabo significa que é possível jogar da forma que desejar e também ter uma experiência similar em responsividade à dos consoles e PC;
  • Os mínimos compromissos gráficos do port não comprometem a experiência, que preserva a sua qualidade e beleza no Android e iOS;
  • Suporte a PT-BR em menus e legendas;
  • Uma única compra desbloqueia o jogo inteiro após o teste gratuito, sem anúncios e propagandas intrusivas.

Contras

  • Poderia contar com mais opções gráficas e suporte a mais de 60 quadros por segundo em dispositivos compatíveis;
  • Ainda é preciso criar uma conta e se conectar à Ubisoft Connect para usar os salvamentos na nuvem;
  • Sem opção de dublagem em PT-BR.
Prince of Persia: The Lost Crown — PC/PS5/PS4/XBO/XSX/Switch/Android/iOS — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: Android
Revisão: Beatriz Castro
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ubisoft
Prince of Persia: The Lost Crown 8.5 Android Prince of Persia: The Lost Crown comes to mobile devices in a must-have version for those who enjoy quality metroidvania-style adventures. With customizable controls, extra features, and excellent performance, this is yet another clear proof that smartphones and tablets can (and should) also be home to premium experiences, usually associated with consoles and computers. If you haven't experienced Sargon's adventure (or want to relive it at any time), know that your iOS or Android device is now a great way to do so, thanks to yet another great move by Ubisoft.