Alívio externo e tom suave do Copom impulsiona Ibovespa, que crava nova máxima histórica; veja o que esperar desta sexta-feira (9)

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Mai 9, 2025 - 15:29
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Alívio externo e tom suave do Copom impulsiona Ibovespa, que crava nova máxima histórica; veja o que esperar desta sexta-feira (9)

A quinta-feira (8) teve de tudo. Além da surpresa vinda do Vaticano com o anúncio de um novo Papa, os mercados globais reagiram com entusiasmo, impulsionados por uma combinação de fatores — com destaque para o Brasil, onde os ativos reagiram fortemente à crescente percepção de que o ciclo de aperto monetário chegou ao fim. O tom mais suave do Copom foi suficiente para acender a discussão sobre cortes de juros ainda em 2025, o que, somado ao alívio externo, impulsionou o apetite por risco.

Lá fora, o anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e Reino Unido trouxe ânimo adicional, especialmente para as praças asiáticas. O pacto, ainda que embrionário, foi interpretado como um aceno do governo Trump em direção a uma agenda mais pragmática, com redução seletiva de tarifas e remoção gradual de barreiras comerciais. Embora mantenha a tarifa de 10% sobre produtos britânicos, o acordo suaviza restrições sobre a exportação de automóveis do Reino Unido, sinalizando uma disposição para concessões estratégicas. Trump, como de costume, negou estar mudando de postura — mas os fatos parecem dizer outra coisa.

O pano de fundo é claro: com a economia americana enfrentando sinais crescentes de pressão e o efeito das tarifas se espalhando por setores-chave, Washington busca agora pactos rápidos com aliados estratégicos. Há rumores de que negociações com Índia, Coreia do Sul e Japão já estejam sendo costuradas. Se esse padrão de acordos com cláusulas flexíveis se confirmar — e, sobretudo, se a China entrar nessa nova rodada de diplomacia comercial — o humor dos mercados pode mudar de patamar. Para investidores, o recado é direto: mesmo em meio ao ruído geopolítico, o pragmatismo ainda tem chance de vencer. A sexta-feira mantém o tom de bom humor.

· 00:58 — Sinais de um novo ciclo

Ontem, o Ibovespa cravou um novo recorde intradiário e encerrou o pregão em forte alta, alimentado pela combinação de alívio nos mercados globais e crescente expectativa de que o ciclo de aperto monetário esteja finalmente chegando ao fim no Brasil. O índice subiu 2,12% e fechou aos 136.231 pontos, após atingir os 137.634 pontos no melhor momento do dia — uma nova máxima histórica. No acumulado de 2025, o Ibovespa já sobe 14%. Esse rali, impulsionado principalmente pela rotação para ativos de risco, também fortaleceu o real, com o dólar caindo 1,47% e encerrando cotado a R$ 5,66. A moeda americana acumula queda de quase 9% no ano, refletindo o enfraquecimento global do dólar e o capital gringo em busca de ativos descontados.

No radar de hoje, a divulgação do IPCA de abril deve dar o tom para a continuidade desse movimento. A expectativa é de uma leitura mensal mais amena, por volta de 0,56%, embora a inflação acumulada em 12 meses deva seguir em trajetória ascendente, alcançando a marca dos 6% em breve. Apesar do cenário ainda desconfortável, o mercado já começa a precificar algum espaço para cortes modestos na Selic antes do fim do ano — algo que antecipamos por aqui há meses. Esse ambiente cria uma equação rara: dólar fraco, perspectiva de juros menores, inflação ainda gerenciável e, como pano de fundo, o início da precificação de uma eventual mudança de governo em 2026, vista como pró-mercado. É uma janela interessante.

Essa conjunção de fatores tem provocado um rali notável, puxado por ações sensíveis à curva longa de juros e papéis cíclicos domésticos. Como de praxe, o movimento começa pelas blue chips, mas, com a liquidez se espalhando, as small e micro caps entram no jogo. Estamos vendo os primeiros sinais de uma possível nova temporada para essas ações menos líquidas — um ambiente fértil para quem sabe navegar em mercados emergentes. O retorno de um bull market brasileiro genuíno, daqueles de manual, é um evento raro — talvez aconteça três ou quatro vezes em toda uma carreira de investidor. E a verdade incômoda é que, para transformar seu futuro financeiro, basta acertar uma única vez. A hora de prestar atenção é agora.

· 01:43 — Bom humor

As bolsas americanas encerraram a quinta-feira em alta, impulsionadas pelo anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e Reino Unido — uma sinalização que animou os mercados às vésperas do início das conversas com a China. Bastou esse gesto diplomático para reacender o apetite por risco, em um movimento típico de “comprar o rumor”. O presidente Trump, em seu estilo habitual, ainda reforçou o entusiasmo ao declarar que “seria uma boa hora para comprar ações”.

Na agenda desta sexta-feira (9), os investidores seguem de olho nos desdobramentos da temporada de balanços corporativos, mas o foco recai principalmente sobre os discursos de dirigentes do Federal Reserve. Christopher Waller e Lisa Cook, membros votantes do FOMC, participam hoje de um painel que pode oferecer alguma leitura mais refinada sobre o humor da autoridade monetária. Mais tarde, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, também sobe ao palco em outro evento relevante.

Dado o atual ambiente de incerteza em torno da política comercial e do ciclo de juros, qualquer nuance nas declarações será cuidadosamente dissecada pelo mercado. Ainda que não se espere nenhuma mudança imediata no tom, o momento é propício para ajustes de expectativa. Por ora, basta uma fagulha para manter os ativos em alta.

· 02:31 — Acordos

O acordo firmado entre EUA e Reino Unido manteve a tarifa-base de 10% sobre importações, estabelecida em abril, mas introduziu concessões pontuais — como tarifas reduzidas para determinados automóveis britânicos e promessas de “bilhões de dólares em maior acesso ao mercado” para exportações americanas, segundo o próprio Donald Trump. Embora o pacto não represente uma grande redução tarifária, o que animou os mercados foi a leitura de que esse acerto com Londres pode ser apenas o primeiro de uma sequência de acordos bilaterais destinados a desmontar, ainda que parcialmente, a armadilha protecionista criada pelo próprio governo americano.

Trump celebrou o entendimento como um “avanço importante” e prometeu que os termos finais ainda serão lapidados nas próximas semanas. O anúncio marca, simbolicamente, a primeira trégua comercial desde a escalada tarifária imposta contra dezenas de parceiros comerciais no início deste ano — um gesto interpretado como tentativa de reposicionar a Casa Branca em meio às críticas crescentes sobre os impactos negativos da guerra comercial na inflação e no consumo doméstico.

Em discurso na Casa Branca, o presidente sinalizou ambições maiores: declarou que pretende negociar um acordo com a União Europeia e que espera tratativas “substanciais” com a China em breve. Nesse sentido, o pacto com o Reino Unido pode funcionar como uma espécie de protótipo — ou, ao menos, de vitrine — para o que seria uma nova fase da política comercial americana: menos retórica agressiva, mais pragmatismo negociador. Resta saber se o resto do mundo vai comprar essa narrativa.

· 03:25 — O choque chinês

Há décadas, o mundo vive sob os efeitos prolongados de um terremoto econômico: a ascensão da China como potência industrial global. Esse movimento deslocou indústrias, barateou produtos e remodelou cadeias produtivas em escala planetária. Agora, um novo abalo começa a reverberar com força: o Choque Trump. E diferentemente da lenta e sistemática ascensão chinesa, este novo tremor chega abrupto e deliberadamente destrutivo. O gatilho foi puxado no começo do mês passado, com o anúncio do maior pacote tarifário dos EUA em um século — uma investida frontal contra o modelo de globalização que vigorava desde os anos 1990.

Mas o impacto inicial nos mercados é apenas o primeiro capítulo. O projeto trumpista mira mais alto: quer reescrever, à força, as regras do comércio global. Isso implicará redesenhar cadeias de suprimentos, reformular investimentos internacionais, elevar o custo das importações e tensionar relações comerciais com aliados e rivais. A estratégia de Trump é clara: causar turbulência. E, nesse cenário, o caos não é um efeito colateral — é a própria ferramenta. Quanto maior a desordem, maior a chance de Washington reassumir as rédeas do jogo geoeconômico mundial.

O problema? Ao tentar minar a influência chinesa, os EUA podem acabar intensificando, paradoxalmente, o próprio Choque Chinês. Forçada a buscar novos mercados, Pequim ampliará sua presença em outros destinos — o que tende a provocar retaliações, tarifas em cadeia e uma fragmentação ainda mais radical do sistema multilateral de comércio. Ou seja: um mundo que já vinha se realinhando lentamente em blocos pode agora acelerar rumo à balcanização comercial. O resultado não será apenas uma colisão entre gigantes, mas um redirecionamento profundo nos fluxos globais de bens, capitais e poder. Em um ambiente onde dois choques colossais — o da China e o de Trump — se retroalimentam, a pergunta relevante não é mais “se” haverá impacto, mas quem será atropelado primeiro.

· 04:14 — O mal não prevalecerá

Ontem, em meio aos sinos de Roma e à fumaça branca que se ergueu da Capela Sistina, o mundo testemunhou mais um daqueles raros momentos em que a história se curva diante da tradição: os cardeais reunidos no Vaticano elegeram um novo papa. A missão, como sempre, era monumental — escolher alguém capaz de inspirar e guiar 1,4 bilhão de católicos em uma era marcada por incertezas, fragmentação cultural e avanços tecnológicos que reconfiguram a própria noção de humanidade.

E, ao que tudo indica, eles tiveram sucesso. Robert Francis Prevost, norte-americano de Chicago e ex-bispo no Peru, foi o escolhido para suceder São Pedro. Aos 69 anos, traz em seu currículo a formação em Villanova, a experiência missionária e a espiritualidade da Ordem de Santo Agostinho — um detalhe nada irrelevante para um momento em que a Igreja parece precisar, mais do que nunca, de clareza doutrinal e lucidez. Assumindo o nome de Leão XIV, ele se coloca na linhagem de grandes pontificados, como o de Leão XIII, o papa da Rerum Novarum, que enfrentou de peito aberto os dilemas éticos da Primeira Revolução Industrial.

Leão XIII foi a resposta da Igreja à modernidade emergente do século XIX. Leão XIV, espera-se, será a voz católica diante da revolução da inteligência artificial e da crise da dissolução das certezas — e, sobretudo, da escassez de sentido. Seu discurso inaugural foi marcado pela moderação e pelo apelo à construção de pontes. Mas entre as entrelinhas, havia uma firmeza palpável: “O mal não prevalecerá”, disse, encerrando sua fala sabendo que o caos não se vence com gritos, mas com coerência.

Se o nome carrega a coragem dos grandes Leões da Igreja, o santo de sua ordem — Agostinho — lembra o mundo que toda reconstrução começa dentro da alma humana. Que Leão XIV tenha, pois, o coração vigilante e o espírito de um teólogo que, há séculos, nos ensinou que só se ama verdadeiramente aquilo que se conhece. Que conheça, então, profundamente seu tempo. Vida longa a Leão XIV.

· 05:01 — Proteção avançada

Em um momento em que muitos segmentos de tecnologia enfrentam perda de tração ou precisam redesenhar suas estratégias, a segurança cibernética continua se destacando como um raro ponto de firmeza estrutural. E poucos veículos traduzem isso tão bem quanto o…

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