AJPS: 30 anos dedicados a conectar jovens com a arte

Associação tem o objetivo de mudar a vida de crianças e jovens através da arte com muita alegria e amor pelo que faz. Entidade foi criada em 1995 como uma associação de moradores e ao longo do tempo se transformou em um celeiro dedicado a formação de artistas. A Escola de Artes AJPS completa 30 anos em 2025 Escola de Artes AJPS/ Divulgação Prestes a completar 30 anos, a Escola de Artes Associação dos Moradores do Jardim Juliana, Vila Paulicéia e Vila Suissa (AJPS), em Mogi das Cruzes, muda a vida de jovens através da arte todos os dias. Com espetáculos, músicas e, principalmente, amor, a entidade acumula histórias que servem de inspiração para muitos. ✅ Clique para seguir o canal do g1 Mogi das Cruzes e Suzano no WhatsApp Com mais de 120 alunos, a entidade tem o intuito de ajudar jovens a se conectar com o mundo artístico, oferecendo uma formação continuada em diversas áreas da cultura, como balé, violão, teatro, acrobacia e musicalização. Segundo Rita Bonfim, gestora da AJPS, a arte muda a forma de pensar e agir das pessoas, fazendo com que elas tenham mais sensibilidade e respeito pelo outro. Desde 2008, a escola produz espetáculos anuais, promovendo diferentes produções, que encantam e emocionam o público. Ao longo desta trajetória, a escola já realizou mais de 25 espetáculos e atualmente, oferece mais de dez cursos para diferentes faixas-etárias. "Para ser um de nossos alunos, é necessário ter interesse e comprometimento com a atividade. Nós verificamos a faixa-etária para cada oficina, se há vaga para a turma", disse Rita Bonfim, gestora da AJPS. Associação de Moradores X Escola de Artes AJPS Estáculo 'Sobre o Tempo" da Escola das Artes AJPS Jonny Ueda/Fotoclube No dia 25 de julho de 1995, um grupo de aposentados da Vila Paulicéia fundou a AJPS. Sebastião Jorge da Silva, Geraldo Menino e Vicente Menino encabeçaram a ideia. Inicialmente, a escola não se chamava assim, o nome era Associação de Moradores Unidos do Jardim Juliana, Vila Paulicéia e Vila Suíça. O objetivo da entidade era dar assistência a moradores dos bairros com a distribuição de leite, em parceria com o programa Vivaleite, e no Natal e Dia das Crianças, entregando brinquedos para as crianças. Em 1999, a alfabetização para adultos foi introduzida. Além disso, cursos de artesanato e outros, ofertados pela Prefeitura, eram realizados na associação. 'Nascimento' da Escola de Artes AJPS Projeto social foi Jonny Ueda/ Divulgação AJPS Segundo Rita, em 2001, a entidade deu uma "virada de chave". O projeto "Agente Jovem" passou a ser realizado no local. O programa visava a reinserção de jovens à escola. "A turma era formada por 25 alunos, com faixa etária de 15 a 17 anos, evadidos da escola, em liberdade assistida ou em situação de vulnerabilidade. A maioria desses jovens vinha do Conjunto Jefferson e apresentava históricos de violência e ou carência financeira", disse Rita. O curso trazia aulas de capoeira, teatro, cidadania, computação e danças urbanas. Rita lembra que os alunos recebiam um valor mensal para se manterem nas atividades e retornarem aos estudos formais. O projeto durou um ano e meio, mas a maioria dos alunos não quis abandonar o espaço. Foi então que a Associação passou a oferecer aulas de danças urbanas, que eram as favoritas da turma. Assim, foi formado um grupo de dança que se apresentava nas praças da cidade, em escolas e até em festivais de dança, como o 'Festidança' em São José dos Campos. "Nesse momento sentimos a necessidade de trazer mais atividades artísticas para que este grupo inicial pudesse aprimorar as suas apresentações, assim vieram as primeiras aulas de balé e teatro. Entendemos que a vocação da entidade era artística e não só assistencial. Buscamos patrocínio junto a empresas próximas e investimos em mais turmas de balé, teatro, violão e acrobacias solo", contou Rita. O espetáculo 'Nos Trilhos' foi apresentado na Virada Cultural de 2009 Escola de Artes AJPS/ Divulgação A apresentação "Nos Trilhos", em 2008, foi o primeiro espetáculo realizado pela escola. Mais de 90% dos assentos do Theatro Vasques estavam reservados para o evento. O público pode assistir a poesias, histórias de chegadas e partidas e apertos do transporte público. Com uma dose de humor e melancolia no tema, a performance participou da Virada Cultural de 2009, em Mogi das Cruzes. "A inspiração para este tema veio por estarmos situados ao lado da linha férrea e próximos à passagem de nível que divide o nosso bairro em dois: o lado de cá e o lado de lá da linha. Estamos no meio de César de Sousa", disse a gestora. Espetáculos sem fim Espetáculo de dança reuniu bailarinos da escola da AJPS Jonny Ueda/ Divulgação AJPS Depois do sucesso do primeiro espetáculo, a escola continuou realizando apresentações anuais e eventos, sempre com a casa lotada, afirma Rita. Além disso, a escola realiza anualmente o "Tapioca's Concert", uma mostra interna de resultados que acontece desde 2010. O evento conta com coreografias, apresentações e até arte cir

Mar 23, 2025 - 18:20
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AJPS: 30 anos dedicados a conectar jovens com a arte

Associação tem o objetivo de mudar a vida de crianças e jovens através da arte com muita alegria e amor pelo que faz. Entidade foi criada em 1995 como uma associação de moradores e ao longo do tempo se transformou em um celeiro dedicado a formação de artistas. A Escola de Artes AJPS completa 30 anos em 2025 Escola de Artes AJPS/ Divulgação Prestes a completar 30 anos, a Escola de Artes Associação dos Moradores do Jardim Juliana, Vila Paulicéia e Vila Suissa (AJPS), em Mogi das Cruzes, muda a vida de jovens através da arte todos os dias. Com espetáculos, músicas e, principalmente, amor, a entidade acumula histórias que servem de inspiração para muitos. ✅ Clique para seguir o canal do g1 Mogi das Cruzes e Suzano no WhatsApp Com mais de 120 alunos, a entidade tem o intuito de ajudar jovens a se conectar com o mundo artístico, oferecendo uma formação continuada em diversas áreas da cultura, como balé, violão, teatro, acrobacia e musicalização. Segundo Rita Bonfim, gestora da AJPS, a arte muda a forma de pensar e agir das pessoas, fazendo com que elas tenham mais sensibilidade e respeito pelo outro. Desde 2008, a escola produz espetáculos anuais, promovendo diferentes produções, que encantam e emocionam o público. Ao longo desta trajetória, a escola já realizou mais de 25 espetáculos e atualmente, oferece mais de dez cursos para diferentes faixas-etárias. "Para ser um de nossos alunos, é necessário ter interesse e comprometimento com a atividade. Nós verificamos a faixa-etária para cada oficina, se há vaga para a turma", disse Rita Bonfim, gestora da AJPS. Associação de Moradores X Escola de Artes AJPS Estáculo 'Sobre o Tempo" da Escola das Artes AJPS Jonny Ueda/Fotoclube No dia 25 de julho de 1995, um grupo de aposentados da Vila Paulicéia fundou a AJPS. Sebastião Jorge da Silva, Geraldo Menino e Vicente Menino encabeçaram a ideia. Inicialmente, a escola não se chamava assim, o nome era Associação de Moradores Unidos do Jardim Juliana, Vila Paulicéia e Vila Suíça. O objetivo da entidade era dar assistência a moradores dos bairros com a distribuição de leite, em parceria com o programa Vivaleite, e no Natal e Dia das Crianças, entregando brinquedos para as crianças. Em 1999, a alfabetização para adultos foi introduzida. Além disso, cursos de artesanato e outros, ofertados pela Prefeitura, eram realizados na associação. 'Nascimento' da Escola de Artes AJPS Projeto social foi Jonny Ueda/ Divulgação AJPS Segundo Rita, em 2001, a entidade deu uma "virada de chave". O projeto "Agente Jovem" passou a ser realizado no local. O programa visava a reinserção de jovens à escola. "A turma era formada por 25 alunos, com faixa etária de 15 a 17 anos, evadidos da escola, em liberdade assistida ou em situação de vulnerabilidade. A maioria desses jovens vinha do Conjunto Jefferson e apresentava históricos de violência e ou carência financeira", disse Rita. O curso trazia aulas de capoeira, teatro, cidadania, computação e danças urbanas. Rita lembra que os alunos recebiam um valor mensal para se manterem nas atividades e retornarem aos estudos formais. O projeto durou um ano e meio, mas a maioria dos alunos não quis abandonar o espaço. Foi então que a Associação passou a oferecer aulas de danças urbanas, que eram as favoritas da turma. Assim, foi formado um grupo de dança que se apresentava nas praças da cidade, em escolas e até em festivais de dança, como o 'Festidança' em São José dos Campos. "Nesse momento sentimos a necessidade de trazer mais atividades artísticas para que este grupo inicial pudesse aprimorar as suas apresentações, assim vieram as primeiras aulas de balé e teatro. Entendemos que a vocação da entidade era artística e não só assistencial. Buscamos patrocínio junto a empresas próximas e investimos em mais turmas de balé, teatro, violão e acrobacias solo", contou Rita. O espetáculo 'Nos Trilhos' foi apresentado na Virada Cultural de 2009 Escola de Artes AJPS/ Divulgação A apresentação "Nos Trilhos", em 2008, foi o primeiro espetáculo realizado pela escola. Mais de 90% dos assentos do Theatro Vasques estavam reservados para o evento. O público pode assistir a poesias, histórias de chegadas e partidas e apertos do transporte público. Com uma dose de humor e melancolia no tema, a performance participou da Virada Cultural de 2009, em Mogi das Cruzes. "A inspiração para este tema veio por estarmos situados ao lado da linha férrea e próximos à passagem de nível que divide o nosso bairro em dois: o lado de cá e o lado de lá da linha. Estamos no meio de César de Sousa", disse a gestora. Espetáculos sem fim Espetáculo de dança reuniu bailarinos da escola da AJPS Jonny Ueda/ Divulgação AJPS Depois do sucesso do primeiro espetáculo, a escola continuou realizando apresentações anuais e eventos, sempre com a casa lotada, afirma Rita. Além disso, a escola realiza anualmente o "Tapioca's Concert", uma mostra interna de resultados que acontece desde 2010. O evento conta com coreografias, apresentações e até arte circense, que são apresentadas ao ar livre. Pais de alunos e vizinhos de bairro prestigiam o acontecimento todo ano. Confira a lista de espetáculos da AJPS Tapioca's Concert, em 2024, mostra interna da escola AJPS Escola de Artes AJPS/ Divulgação Os ex-alunos e o carinho pela escola Grupo Charanga apresentando "Varal de Canções" antes da pandemia Vitória Shimizu/AJPS "Muitos dos ex-alunos vêm nos visitar, eles sempre falam sobre como a AJPS mudou a vida deles. [...] Dizem que ajuda até nas provas orais, o poder de dissertar", explica Rita. Alguns artistas profissionais e semiprofissionais foram formados ao longo dessa história, como o grupo de danças urbanas Power Crew, a Companhia Teatral 60 na Kombi, a banda Charanga e a Companhia de Dança Contemporânea da Escola de Artes AJPS. Marcela Barbosa e Rafael Kinder no Egito Marcela Barbosa/ Acervo Pessoal Marcela Barbosa é uma dessas alunas. Ela se formou na AJPS em 2007, e segue na carreira artística, tendo se apresentado em diversos países. Ela conta que entrou na escola aos 10 anos, quando ainda era uma associação de moradores. Após a formação como bailarina, Marcela já visitou inúmeros países levando a sua arte. "Cada ano um novo país com um novo show, conhecendo esse mundo incrível! Tive oportunidade através da minha dança e da Ajps", diz a mulher. Seja na Ásia, Europa ou América, Marcela afirma que é extremamente grata a tudo que a escola a ensinou. Fui para aprender a dançar e aprendi amor ao próximo, que juntos somos mais fortes, que um desejo de amigos em ajudar um bairro transformava vidas a todo tempo. Com cada ação que eles criavam, ver o sorriso das pessoas que precisam e dependiam daquilo me provava que eu não estava ali por acaso. Além da dança, Marcela diz que a entidade a ajudou muito em todas as dificuldades. "Tive todo o apoio financeiro, desde as sapatilhas, a redinha para o cabelo, nossos figurinos, uniforme, curso de maquiagem...Tivemos todo o cuidado necessário! [...] A escola era como nossa segunda casa.", informa a ex-aluna. Além da Marcela, Erick Pimentel e Ana Victoria Advincola, também são ex-alunos da instituição e seguem sendo gratos a tudo o que viveram no espaço. Ana e Erick em "Elephant Gun", no espetáculo "Gente", em 2009 Escola de Artes AJPS/ Divulgação Ana segue no ramo artístico, como atriz, dubladora, cantora, professora de canto, trabalha até com produção cultural, edição de vídeo e áudio. Ela ingressou na AJPS em 2008, junto de Erick, que já conhecia a entidade por conta da irmã. Eles faziam teatro na escola e decidiram começar as aulas juntos. Acho que como muitas outras pessoas, a AJPS pra mim era uma segunda casa. Lá eu conseguia canalizar todas as questões e dificuldades da vida em criatividade. Já Erick, trabalha como personal trainer e ministra aulas de pilates, spinning e aulas de funcional. Apesar da mudança de área, Pimentel afima que a escolha de profissão tem muita influência da escola. "Todas as aulas que eu tive em relação a artes, todo o conhecimento que desenvolvi, não só com artes mas também com partes do corpo, me despertou o interesse de fazer educação física na faculdade.", completa o ex-aluno. Programação especial de 30 anos e Desafios Espetáculo 'O rei e o pássaro' da Escola de Artes AJPS Danilo Duvilierz/Divulgação Para comemorar as três décadas de história, a escola já está em ritmo de preparação. Na lista está a produção de um documentário e exposições de fotos e figurinos. O "Tapioca's Concert" também será especial, com apresentações mais elaboradas e como sempre, muito comprometimento dos alunos. Rita destaca que a AJPS é a única escola de Mogi das Cruzes que oferece esta formação continuada voltada à cultura e, por isso, o desafio é grande. "A cidade precisa conhecer esse equipamento que não tem em outras cidades tão facilmente. [...] Ter uma escola assim, em um bairro acessível, é difícil de se ter. E aqui em Mogi, a gente tem", afirma a gestora. Mesmo com as dificuldades, a gestora diz que a recompensa é muito grande. "Não é nada fácil tocar o projeto, não é fácil segurar a onda [...] mas os frutos, as recompensas a gente vê no dia a dia, na evolução das crianças, na evolução dos jovens", finalizou Rita. A Escola de Artes AJPS fica na rua Catarina Carrera Marcatto, 740, César de Souza. Mais informações pelo telefone 99656-5308. Espetáculo 'A Olho Nú' da Ajps Divulgação/AJPS *estagiária sob a supervisão de Gladys Peixoto Assista a mais notícias aqui