Abril ainda é o mês das mulheres?

(Crédito: Shutterstock)

Nossa data internacional, celebrada em 8 de março, foi criada para promover a luta pelos nossos direitos, chamar a atenção para as desigualdades e todas injustiças que ainda enfrentamos, e destacar a nossa importância na sociedade.

Recebemos flores, cumprimentos, abraços, cartões virtuais, somos impactadas por belíssimas campanhas e confesso que tudo isso sempre chama a minha atenção.

Especialistas aparecem nos programas da TV, nas rádios, em podcasts, em matérias de sites, jornais, para falar sobre os mesmos temas: nossas lutas, desigualdades, nossos avanços e retrocessos.

Em abril, a sensação que me vem é que tudo já foi esquecido e novas demandas vão ganhar espaço no debate público. Tudo o que parecia primordial só voltará a ganhar visibilidade no ano seguinte.

É incrível que ainda a gente possa se contentar apenas com uma data simbólica para sermos celebradas.

Mas, ao mesmo tempo, essa data nos ajuda a fortalecer as nossas questões. Afinal, precisamos apenas do dia 8 de março e do Mês das Mulheres?

É suficiente?

Embora seja um marco simbólico importante, todos os dias deveriam ser, de alguma forma, reconhecidos como o Dia Internacional das Mulheres, já que nossas conquistas e nossos desafios são contínuos e precisam de atenção constante.

A responsabilidade não é exclusivamente nossa, mas de toda a sociedade. É fundamental que homens, empresas, governos e instituições se envolvam ativamente no processo de mudança, reconhecendo a importância de se promover um ambiente de igualdade, onde o reconhecimento, a valorização e as oportunidades sejam distribuídas de forma justa.

São as ações concretas que fazem a diferença e promovem a mudança.

Ainda temos barreiras para romper com um passado que insiste em continuar presente.

Será que o mês de abril ainda é o mês das mulheres?

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