Vídeos mostram 'fábrica' de drogas, pagode com bebidas e fardos de dinheiro no Presídio de Igarassu; PF prende ex-secretário executivo de PE

Nesta terça (8), Polícia Federal prendeu ex-secretário executivo de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap). Operação descobriu 'resort do crime' no local. Presídio de Igarassu tinha fábrica de drogas, bebidas, cigarros e fardos de dinheiro Vídeos enviados ao g1 mostram parte do que foi encontrado no Presídio de Igarassu, no Grande Recife, durante a Operação La Catedral, que descobriu um verdadeiro "resort do crime" dentro da unidade prisional. As imagens mostram uma "fábrica" de drogas, um pagode com whisky e gin, centenas de maços de cigarros e fardos de dinheiro encontrados na instituição (veja vídeo acima). ✅ Receba as notícias do g1 PE no WhatsApp Nesta terça (8), a Polícia Federal prendeu o ex-secretário executivo de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) André de Araújo Albuquerque, suspeito de integrar um esquema de propinas e troca de regalias para presos, incluindo festas com churrasco, álcool, música ao vivo e entrada facilitada de garotas de programa. André Albuquerque era assessor direto do atual secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, Paulo Paes. Ele já havia sido superintendente de segurança prisional da secretaria. Segundo a PF, André Albuquerque recebia vantagens para participar do esquema que incluía adulteração de documentos para facilitar a redução de pena e até mesmo a liberdade de presos. LEIA TAMBÉM 'Resort do crime': presídio em PE tinha tráfico de drogas e corrupção institucionalizada, diz MPF PF prende policiais penais suspeitos propina em troca de benefícios a detentos em presídio no Grande Recife Diretor do presídio era um dos principais articuladores de esquema criminoso, diz delegado Entre os documentos que eram fraudados estavam comprovantes de trabalho dentro da prisão e documentos sobre leituras de livros na prisão. A cada 8 horas trabalhadas, o preso tem direito de reduzir um dia de pena, do mesmo jeito que a leitura de livros. Ainda segundo a PF, o esquema dentro do presídio de Igarassu incluía a negociação sobre a transferência de presos, que escolhiam para que unidade prisional queriam ir. Um dos apenados beneficiado pelo esquema com a liberdade condicional foi preso novamente em Patos, no estado da Paraíba, há cerca de 10 dias, também como parte da segunda fase da Operação La Catedral. Nas imagens, é possível ver que um laboratório de produção de droga funcionava no Espaço Cultural do presídio. Os vídeos mostram vasilhas que, segundo a pessoa que gravou, continham crack, assim como panelas que estavam sendo usadas para a produção do entorpecente. Um fogão também foi encontrado no local, também utilizado para a fabricação. As drogas eram negociadas pelo preso Lyferson Barbosa da Silva, e saiam de dentro do presídio para abastecer pontos de tráfico em diferentes regiões de Pernambuco. Em outro vídeo, é possível ver um pagode acontecendo nos corredores do presídio, com músicos, instrumentos musicais, mesas, gin, whisky e energético. Outras imagens mostram os fardos de cigarro, cerveja e uma grande quantidade de dinheiro apreendida. Segundo as investigações, Lyferson da Silva – que atualmente está preso no presídio de Itaquitinga, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, tinha três “apartamentos” dentro do Presídio de Igarassu. Depois de ser transferido, segundo a Polícia Federal, ele chegou a enviar uma carta para um parente pedindo para vender os apartamentos dentro do presídio. A negociação de "imóveis" dentro do Presídio de Igarassu envolvia valores que variavam entre R$ 60 e R$ 80 mil. Entre os vários itens de luxo encontrados dentro de um dos apartamentos, havia uma TV de 80 polegadas. Investigação continua De acordo com a Polícia Federal, por enquanto as investigações estão focadas no Presídio de Igarassu, mas há indícios de esquemas semelhantes em outras unidades prisionais do estado. A PF está trabalhando com um sistema integrado com policiais de Brasília, Pernambuco, Paraíba e outros estados. Além de documentos, estão sendo analisados dados de telefones celulares recolhidos durante as prisões - o que tem revelado a participação de outras pessoas nos crimes. Os presos nas duas fases da operação estão sendo transferidos para o presídio de Itaquitinga - que funciona no mesmo sistema de uma penitenciária de segurança máxima, com uma pessoa por cela e sem interação entre os presos. O g1 procurou o governo do Estado, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. A defesa de André Albuquerque também está sendo procurada. Laboratório de produção de droga no Presídio de Igarassu, no Grande Recife Reprodução/WhatsApp Operação A Operação La Catedral foi deflagrada pela PF no fim de fevereiro. Nesta segunda fase, além da prisão, o ex-secretário também foi alvo de busca e apreensão. Na casa dele, no Prado, na Zona Oeste do Recife, foram apreendidos arma funcional, aparelhos celulares e um veículo. São investigados crimes como corrupção ativa e passiva, prevaricação, facilitação de entrada de objetos ilícit

Abr 8, 2025 - 20:32
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Vídeos mostram 'fábrica' de drogas, pagode com bebidas e fardos de dinheiro no Presídio de Igarassu; PF prende ex-secretário executivo de PE

Nesta terça (8), Polícia Federal prendeu ex-secretário executivo de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap). Operação descobriu 'resort do crime' no local. Presídio de Igarassu tinha fábrica de drogas, bebidas, cigarros e fardos de dinheiro Vídeos enviados ao g1 mostram parte do que foi encontrado no Presídio de Igarassu, no Grande Recife, durante a Operação La Catedral, que descobriu um verdadeiro "resort do crime" dentro da unidade prisional. As imagens mostram uma "fábrica" de drogas, um pagode com whisky e gin, centenas de maços de cigarros e fardos de dinheiro encontrados na instituição (veja vídeo acima). ✅ Receba as notícias do g1 PE no WhatsApp Nesta terça (8), a Polícia Federal prendeu o ex-secretário executivo de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) André de Araújo Albuquerque, suspeito de integrar um esquema de propinas e troca de regalias para presos, incluindo festas com churrasco, álcool, música ao vivo e entrada facilitada de garotas de programa. André Albuquerque era assessor direto do atual secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, Paulo Paes. Ele já havia sido superintendente de segurança prisional da secretaria. Segundo a PF, André Albuquerque recebia vantagens para participar do esquema que incluía adulteração de documentos para facilitar a redução de pena e até mesmo a liberdade de presos. LEIA TAMBÉM 'Resort do crime': presídio em PE tinha tráfico de drogas e corrupção institucionalizada, diz MPF PF prende policiais penais suspeitos propina em troca de benefícios a detentos em presídio no Grande Recife Diretor do presídio era um dos principais articuladores de esquema criminoso, diz delegado Entre os documentos que eram fraudados estavam comprovantes de trabalho dentro da prisão e documentos sobre leituras de livros na prisão. A cada 8 horas trabalhadas, o preso tem direito de reduzir um dia de pena, do mesmo jeito que a leitura de livros. Ainda segundo a PF, o esquema dentro do presídio de Igarassu incluía a negociação sobre a transferência de presos, que escolhiam para que unidade prisional queriam ir. Um dos apenados beneficiado pelo esquema com a liberdade condicional foi preso novamente em Patos, no estado da Paraíba, há cerca de 10 dias, também como parte da segunda fase da Operação La Catedral. Nas imagens, é possível ver que um laboratório de produção de droga funcionava no Espaço Cultural do presídio. Os vídeos mostram vasilhas que, segundo a pessoa que gravou, continham crack, assim como panelas que estavam sendo usadas para a produção do entorpecente. Um fogão também foi encontrado no local, também utilizado para a fabricação. As drogas eram negociadas pelo preso Lyferson Barbosa da Silva, e saiam de dentro do presídio para abastecer pontos de tráfico em diferentes regiões de Pernambuco. Em outro vídeo, é possível ver um pagode acontecendo nos corredores do presídio, com músicos, instrumentos musicais, mesas, gin, whisky e energético. Outras imagens mostram os fardos de cigarro, cerveja e uma grande quantidade de dinheiro apreendida. Segundo as investigações, Lyferson da Silva – que atualmente está preso no presídio de Itaquitinga, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, tinha três “apartamentos” dentro do Presídio de Igarassu. Depois de ser transferido, segundo a Polícia Federal, ele chegou a enviar uma carta para um parente pedindo para vender os apartamentos dentro do presídio. A negociação de "imóveis" dentro do Presídio de Igarassu envolvia valores que variavam entre R$ 60 e R$ 80 mil. Entre os vários itens de luxo encontrados dentro de um dos apartamentos, havia uma TV de 80 polegadas. Investigação continua De acordo com a Polícia Federal, por enquanto as investigações estão focadas no Presídio de Igarassu, mas há indícios de esquemas semelhantes em outras unidades prisionais do estado. A PF está trabalhando com um sistema integrado com policiais de Brasília, Pernambuco, Paraíba e outros estados. Além de documentos, estão sendo analisados dados de telefones celulares recolhidos durante as prisões - o que tem revelado a participação de outras pessoas nos crimes. Os presos nas duas fases da operação estão sendo transferidos para o presídio de Itaquitinga - que funciona no mesmo sistema de uma penitenciária de segurança máxima, com uma pessoa por cela e sem interação entre os presos. O g1 procurou o governo do Estado, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. A defesa de André Albuquerque também está sendo procurada. Laboratório de produção de droga no Presídio de Igarassu, no Grande Recife Reprodução/WhatsApp Operação A Operação La Catedral foi deflagrada pela PF no fim de fevereiro. Nesta segunda fase, além da prisão, o ex-secretário também foi alvo de busca e apreensão. Na casa dele, no Prado, na Zona Oeste do Recife, foram apreendidos arma funcional, aparelhos celulares e um veículo. São investigados crimes como corrupção ativa e passiva, prevaricação, facilitação de entrada de objetos ilícitos no cárcere, tráfico de drogas e organização criminosa. Em fevereiro, a polícia prendeu o ex-diretor do presídio, Charles Belarmino de Queiroz Silva. Ele foi apontado como um dos principais articuladores do esquema de corrupção. As investigações começaram depois que a polícia identificou que um detento comandava diversos crimes de dentro da cadeia, com o apoio de servidores do sistema prisional. Além das regalias para os presos, foram constatados outros crimes dentro do presídio, como o uso de drogas e também a produção de pasta base de cocaína dentro do Espaço Cultural da unidade. VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias