Vídeo: apresentador da MSNBC destrói Donald Trump!
Na noite desta quarta-feira, o veterano jornalista Lawrence O’Donnell, âncora da MSNBC, entregou uma das mais duras e articuladas críticas já feitas ao ex-presidente Donald Trump, chamando atenção para o fracasso retumbante de sua política comercial frente à China. Em seu programa, O’Donnell destrinchou as contradições, recuos e a humilhação pública de Trump diante da […] O post Vídeo: apresentador da MSNBC destrói Donald Trump! apareceu primeiro em O Cafezinho.

Na noite desta quarta-feira, o veterano jornalista Lawrence O’Donnell, âncora da MSNBC, entregou uma das mais duras e articuladas críticas já feitas ao ex-presidente Donald Trump, chamando atenção para o fracasso retumbante de sua política comercial frente à China. Em seu programa, O’Donnell destrinchou as contradições, recuos e a humilhação pública de Trump diante da firmeza de Pequim na guerra tarifária que o próprio ex-presidente iniciou.
O ponto de partida da análise foi a expressão “Trump chickened out” (Trump amarelou), que viralizou nas redes sociais chinesas. O’Donnell reconheceu que a frase soa como clichê, mas argumentou que ela descreve perfeitamente a rendição de Trump diante do governo chinês — um episódio que, segundo ele, marcou uma das maiores derrotas diplomáticas e econômicas da história recente dos EUA.
“A expressão é indigna para os padrões da televisão séria, mas às vezes a realidade exige linguagem dura”, disse o jornalista, lembrando que até o conservador The Wall Street Journal afirmou, em editorial, que a China “chamou o blefe de Trump e parece ter vencido esta rodada”.
O’Donnell destacou que Trump, após semanas prometendo um “acordo comercial lindo e grandioso” com a China, recuou drasticamente sem obter qualquer concessão de Pequim. “Nenhuma proposta foi colocada na mesa pela China. Nada. Apenas retaliação econômica dura e precisa contra os Estados Unidos”, frisou. Em troca de absolutamente nada, Trump anunciou que os altíssimos impostos sobre produtos chineses “vão cair substancialmente”, embora “não a zero”.
A resposta do mercado financeiro norte-americano foi emblemática: as bolsas subiram assim que Trump sinalizou a redução das tarifas. Para O’Donnell, isso mostra que o mercado queria a derrota de Trump. “A guerra tarifária que ele iniciou foi a mais insana já vista na história do mundo. Era péssima para consumidores, trabalhadores e para Wall Street”, afirmou.
O jornalista ainda lembrou como Trump prometeu que o presidente chinês Xi Jinping ligaria desesperado para negociar, o que nunca aconteceu. Pelo contrário: a China reafirmou sua disposição de lutar “até o fim”. “Ninguém no governo Trump ousa dizer que também lutará até o fim. Porque eles não vão. Porque eles já perderam”, ironizou O’Donnell.
Outro ponto central da crítica foi a completa distorção promovida por Trump sobre o funcionamento das tarifas. Durante anos, ele afirmou que “a China pagaria pelas tarifas”, iludindo eleitores e confundindo o debate público. Mas, em um deslize, finalmente admitiu que o imposto é repassado ao preço do produto nos Estados Unidos. “Sim, tarifa-man, é isso mesmo. A tarifa é paga pelos consumidores americanos, não pela China”, zombou O’Donnell.
A falácia sustentada por Trump — de que as tarifas trariam ganhos fáceis e rápidos — se desfez com a ameaça de recessão, a alta de preços e a possibilidade de prateleiras vazias em grandes redes varejistas como Walmart e Target. “Em reunião com CEOs, eles alertaram que estavam a duas semanas de ver suas lojas sem estoque. E todos os americanos saberiam a quem culpar: o presidente”, destacou.
Para O’Donnell, a rendição pública de Trump foi ainda mais constrangedora por vir acompanhada de uma tentativa de apaziguar Pequim. Confrontado sobre se culparia a China pela COVID-19 durante as negociações, Trump recuou: “Vamos ser muito simpáticos”, disse, abandonando a retórica inflamada que usava até a semana anterior. “Esse foi o rugido do Leão Covarde que ouvimos hoje”, ironizou o apresentador, fazendo alusão ao personagem medroso de O Mágico de Oz.
A capitulação de Trump foi completa. Ele chegou ao ponto de praticamente implorar por um telefonema de Xi Jinping — telefonema que nunca veio. “Enquanto isso, a China se limitava a enviar um porta-voz para reafirmar: ‘lutaremos até o fim’”, comentou O’Donnell, ressaltando a diferença de postura entre os dois governos.
E o preço político da desastrosa política tarifária já aparece nas pesquisas. Um levantamento da Reuters apontou que apenas 37% dos americanos aprovam a atuação de Trump na economia. A maioria desaprova sua gestão da inflação, e há um amplo temor popular sobre o custo de vida e uma eventual recessão.
“Trump disse que não se importa se o preço dos carros subir. Disse: ‘não me importo se aumentarem os preços’. Fala como um filho mimado que virou um presidente rico andando no banco de trás dos carros do governo”, criticou O’Donnell.
A análise do apresentador é um retrato devastador do fracasso do trumpismo na condução de temas econômicos. Ao prometer vitórias fáceis contra a China, Trump criou expectativas irreais, minou a credibilidade internacional dos EUA e prejudicou diretamente os consumidores e empresas norte-americanas. Sua retórica inflamada foi substituída por um silêncio constrangedor, enquanto os chineses reforçam sua disposição de resistir e os mercados aplaudem sua derrota.
Para O’Donnell, esse episódio deixa clara a incapacidade de Trump de compreender a complexidade das relações internacionais e as dinâmicas do comércio global. E mostra, sobretudo, que “o homem que nunca se desculpa” acabou, mais uma vez, se curvando — desta vez, diante do dragão chinês.