Trégua comercial entre EUA e China impulsiona mercados globais nesta segunda-feira (12); no Brasil, Petrobras (PETR4), Sabesp (SBSP3) e mais empresas divulgam resultados

O anúncio do armistício tarifário entre EUA e China anima a maioria dos mercados nesta manhã de segunda-feira (12). O post Trégua comercial entre EUA e China impulsiona mercados globais nesta segunda-feira (12); no Brasil, Petrobras (PETR4), Sabesp (SBSP3) e mais empresas divulgam resultados apareceu primeiro em Empiricus.

Mai 12, 2025 - 14:12
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Trégua comercial entre EUA e China impulsiona mercados globais nesta segunda-feira (12); no Brasil, Petrobras (PETR4), Sabesp (SBSP3) e mais empresas divulgam resultados

Começamos a semana sob o efeito de um momento de trégua comercial: a Casa Branca anunciou que um acordo parcial com a China parece ter sido finalmente fechado — ou pelo menos assim foi vendido. Ambos os lados concordaram em suspender a escalada tarifária por 90 dias, com os EUA reduzindo suas tarifas sobre produtos chineses para 30% e a China, por sua vez, ajustando as taxas sobre importações americanas para 10%. Ainda faltam os detalhes técnicos, mas o simples aceno de racionalidade em meio ao caos já foi suficiente para animar os mercados.

O alívio foi imediato e visível: os futuros americanos abriram em alta, contagiando também as bolsas europeias e asiáticas. O preço do barril de petróleo sobe cerca de 3%, refletindo a expectativa de que, com menos atrito entre as duas maiores economias do mundo, a demanda global por energia possa se manter mais robusta. Em um mercado ainda fragilizado por incertezas geopolíticas, esse tipo de notícia tem o poder de mudar o humor — e deve ser bom para ativos brasileiros, ações e câmbio.

Na agenda da semana, o foco se divide entre indicadores econômicos e discursos de autoridades monetárias. Teremos dados de inflação nos EUA — sempre capazes de influenciar apostas sobre os próximos passos do Fed —, além de números de varejo e serviços no Brasil, que ajudarão a calibrar a leitura da atividade local. Resultados corporativos continuam no radar, completando o cardápio de uma semana.

· 00:59 — Os elefantes entraram na sala

No Brasil, os holofotes da semana se voltam para a ata do Copom, que deve esclarecer amanhã — ou ao menos tentar — os rumos da política monetária após a alta da Selic na última reunião. Com o IPCA de sexta-feira (9) ainda reverberando e a autoridade monetária deixando em aberto a porta para um possível ajuste residual de 25 pontos, o tom do documento pode ser determinante para calibrar as apostas do mercado. A depender da linguagem, o cenário de continuidade do ciclo de aperto pode ganhar corpo ou ser abandonado de vez (querendo ou não, estamos no final do ciclo).

Além disso, entram em cena grandes resultados corporativos, e não faltarão nomes de peso. A temporada ganha tração já nesta segunda-feira (12), com a divulgação de números de empresas como Petrobras, BTG Pactual, Telefônica Brasil e Sabesp. Os próximos dias seguem carregados: JBS e Nubank divulgam amanhã (13); Eletrobras, Equatorial e Eneva na quarta (14); e na quinta (15) é a vez de Banco do Brasil, BRF, Marfrig, Cyrela e Eztec.

Prepare-se, portanto, para uma dose considerável de volatilidade idiossincrática. Com tantas divulgações concentradas, o mercado vai precisar de digestão lenta — e talvez um pouco de estômago — para absorver os números, reavaliar expectativas e reposicionar apostas. Em semanas como esta, a narrativa macro e os fundamentos micro não apenas se cruzam — colidem. E o impacto pode ser significativo, sobretudo com os dados de varejo e serviços também no radar, adicionando camadas importantes à leitura econômica e calibrando as apostas para a política monetária.

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· 01:45 — Nenhum sinal de fumaça

Nos EUA, os mercados amanhecem embalados pelas sinalizações positivas que vieram da rodada de negociações comerciais entre Washington e Pequim na Suíça — um alívio raro em meio ao atual tabuleiro geopolítico. E não é só isso: mesmo fora do front tarifário, os dados continuam jogando a favor dos ativos de risco. A temporada de resultados corporativos se aproxima do fim, e o veredito é claro — os números agradaram. Com cerca de 78% das empresas do S&P 500 superando as estimativas de lucro, o desempenho veio levemente acima da média dos últimos cinco anos (77%), mas com um diferencial importante: desta vez, o tom dos executivos para o trimestre seguinte foi, na média, melhor do que o usual, mesmo com o pessimismo tarifário.

Esse é um ponto crucial: mais do que os resultados em si, o que moveu o mercado foram as projeções. E aqui, o que era temor virou surpresa positiva. Das 75 companhias que ofereceram guidance para os próximos três meses, 45% indicaram expectativas acima do consenso — acima da média de cinco anos, de 43%. Nada revolucionário, mas em tempos de ansiedade estrutural, qualquer dado que desafie o pessimismo crônico já é suficiente para movimentar preço. O dilema, contudo, está em outro canto: a temporada de balanços do 1T25 termina exatamente no momento em que os efeitos mais duros das tarifas de Trump começam a aparecer com mais clareza na economia real americana. Por enquanto, a trégua comercial entre EUA e China dá algum fôlego, mas o mercado já sabe que esse alívio pode ser pontual — e que os próximos dados de inflação, previstos para esta semana, serão os verdadeiros termômetros do que está por vir. O mercado respira, mas sem baixar a guarda.

· 02:31 — Um acordo interessante…

Começamos a semana com uma reviravolta inesperada no xadrez geoeconômico: EUA e China anunciaram um armistício tarifário parcial, reduzindo consideravelmente as alíquotas recíprocas que vinham asfixiando o comércio bilateral. A Casa Branca se apressou em rotular o movimento como um “acordo comercial”, ainda que os detalhes concretos — metas, prazos e contrapartidas — permaneçam envoltos em nebulosidade. O que se sabe é que a alíquota média entre as duas potências cairá de um surreal 125% para algo mais palatável em torno de 10%, com exceção das tarifas de 20% sobre produtos chineses ligados ao fentanil, que seguem intocadas. A sinalização, por ora, é de um cessar-fogo tático, não de um tratado de paz.

O objetivo imediato parece ser o de dar um respiro de 90 dias para que Washington e Pequim voltem à mesa com menos pólvora e mais cálculo — um intervalo para tentar desenhar uma solução mais duradoura, ainda que essa expectativa flerte com o otimismo excessivo. Historicamente, a trilha das negociações sino-americanas é repleta de promessas descumpridas e avanços fugazes. Vale lembrar: em 2018, algo semelhante foi anunciado com estardalhaço, mas rapidamente desmoronou, resultando em 18 meses de tarifas adicionais e um acordo de “Fase Um” que Pequim jamais implementou integralmente. A guerra comercial nunca foi congelada — apenas mutou.

O episódio atual, portanto, não representa uma resolução, mas sim uma trégua cautelosa. Pode aliviar a tensão nos mercados no curto prazo, mas a história ensina que o alívio dura pouco quando os interesses estratégicos permanecem inconciliáveis. O déficit comercial continua sendo uma pedra no sapato americano, enquanto a China quer preservar sua autonomia industrial. E, entre um e outro, o mundo — mercados e cadeias de suprimento — segue oscilando ao sabor dessa disputa. O que temos agora é tempo. E, na diplomacia, o tempo é tanto uma oportunidade quanto uma armadilha.

· 03:25 — Nem tudo são rosas

Enquanto sinaliza disposição para aliviar as tensões comerciais com a China, Donald Trump resolveu mirar diretamente no setor farmacêutico doméstico. O presidente determinou um corte drástico nos custos dos medicamentos vendidos nos EUA, com o objetivo de garantir que os americanos não paguem mais do que os cidadãos dos países com os menores preços. Na prática, a medida pode provocar reduções que variam de 30% a 80% no valor de diversos remédios — um baque direto em uma das indústrias mais lucrativas do mundo. Vale lembrar: os EUA são, de longe, o maior mercado farmacêutico global, sustentando boa parte da inovação científica do setor.

A reação do setor foi previsível: barulho. As grandes farmacêuticas, que já haviam rechaçado tentativas anteriores de regulação de preços, voltam a alegar que medidas desse tipo corroem margens, inibem pesquisa e comprometem o desenvolvimento de terapias de ponta. O argumento, como de costume, é que cortar receita hoje é matar a inovação de amanhã. No entanto, ao atrelar os preços dos EUA a uma média global — ideia que, não por acaso, remete a práticas de controle estatal dignas de América Latina —, Trump introduz um risco regulatório novo, profundo e potencialmente duradouro no coração do sistema de saúde americano.

A indústria, claro, não vai aceitar de braços cruzados. O imbróglio deve parar nos tribunais, adicionando mais uma camada de incerteza a um setor já pressionado por margens em erosão, pipelines mais caros e riscos políticos crescentes. Por ora, o efeito imediato já se fez notar: o setor farmacêutico é destaque negativo nas bolsas europeias nesta manhã. E, se o movimento se consolidar nos EUA, é provável que vejamos uma reprecificação importante do risco no setor — com impacto não apenas nos laboratórios, mas em toda a cadeia de saúde listada em bolsa.

· 04:11 — Um giro pelo mundo

O presidente Donald Trump embarca hoje para o Oriente Médio, marcando sua primeira grande viagem internacional deste segundo mandato — e, como era de se esperar, trata-se de uma missão estritamente comercial. Ao longo dos próximos quatro dias, Trump fará escalas na Arábia Saudita, no Catar e nos Emirados Árabes Unidos, com uma agenda voltada à atração de investimentos bilionários dessas economias exportadoras de petróleo, que vêm expandindo sua influência global em setores estratégicos como inteligência artificial, infraestrutura e entretenimento.

A visita tem ecos claros da estreia diplomática de Trump no primeiro mandato, quando sua passagem por Riad rendeu não apenas acordos, mas também uma imagem icônica com a famosa esfera luminosa. Desta vez, o simbolismo dá lugar ao pragmatismo. Em um contexto de recomposição geopolítica e realocação de capitais globais, a missão é clara: reforçar laços financeiros com países que hoje controlam parte relevante do fluxo global de liquidez — e que estão dispostos a diversificar suas apostas para além das commodities. O timing da viagem não é coincidência.

Enquanto Trump busca garantias de capital árabe para sustentar sua política externa e ambições econômicas, Washington também volta à mesa com o Irã para discutir os termos de um novo acordo nuclear. As negociações caminham em paralelo à ofensiva diplomática no Golfo, desenhando um tabuleiro regional onde diplomacia, energia e dinheiro se entrelaçam. Trata-se de política externa em sua forma mais crua: interesse, influência e poder — com um toque de espetáculo, como sempre.

· 05:04 — Fleury: crescimento tímido, mas estável

Na semana passada, a Fleury apresentou seus resultados do primeiro trimestre de 2025 com números crescentes em bases anuais, ainda que ligeiramente aquém do que o mercado projetava. A pergunta, inevitável nesse contexto, é se FLRY3 ainda merece espaço em carteiras de ações voltadas ao mercado doméstico…

O post Trégua comercial entre EUA e China impulsiona mercados globais nesta segunda-feira (12); no Brasil, Petrobras (PETR4), Sabesp (SBSP3) e mais empresas divulgam resultados apareceu primeiro em Empiricus.