Site falso promove suposto show do Pearl Jam no Brasil para aplicar golpes

Anúncios que promovem um suposto show da banda Pearl Jam no Brasil apareceram no Instagram nos últimos dias. O post leva a um site falso que simula a identidade da plataforma de ingressos Eventim, enquanto a banda de rock dos EUA não tem datas confirmadas no país. Como evitar golpes na hora de comprar ingressos para shows Como cancelar a compra e pedir reembolso na Eventim De acordo com relatos na rede social X, os posts apareceram no último final de semana e rapidamente foram compartilhados com avisos de golpes pela comunidade.  A mesma estratégia foi usada há algumas semanas para divulgar um suposto show da cantora Billie Eilish — novamente, um perfil ofereceu ingressos em site similar ao da organizadora de eventos e mencionou datas que não foram confirmadas pela artista. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Procurada pelo Canaltech, a Eventim disse que tomou medidas legais para impedir o uso indevido da marca nos sites e “não reconhece a venda de ingressos para o evento da Billie Eilish e/ou Pearl Jam”. A empresa ainda recomenda que consumidores entrem nos canais oficiais antes de qualquer compra. Posts nas redes sociais alertaram para tentativa de golpe com show (Imagem: Captura de tela/André Magalhães/Canaltech) Site falso e datas inexistentes O anúncio no Instagram traz um pôster com os supostos shows e simula a comunicação da Eventim nas redes sociais para promover eventos. As apresentações ocorreriam nos dias 13 e 20 de setembro em São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), respectivamente, mas as datas não existem no site oficial da banda de grunge e nem da organizadora. De acordo com um print postado pelo usuário @jogosspfc no X (antigo Twitter), a publicação é repleta de comentários de perfis com emojis sobre o show — não é possível confirmar, mas a prática lembra o uso de bots na plataforma.  O link promovido leva a uma página com endereço genérico, mas identidade visual praticamente idêntica ao site da vendedora de ingressos. Alguns detalhes podem passar despercebidos ao bater o olho sobre a tela, mas logo é possível perceber indícios de fraude — além da URL diferente, não é possível clicar em itens do rodapé da página. O processo de compra inclusive lista ingressos por setor e até exige um login com a conta da plataforma para avançar às próximas etapas. Site falso simula identidade de plataforma vendedora de ingressos (Imagem: Captura de tela/André Magalhães/Canaltech) A reportagem também procurou a Meta, visto que os anúncios foram encontrados no Instagram. A Big Tech reforçou que atividades fraudulentas não são permitidas na plataforma e recomendou que as pessoas denunciem as tentativas de golpe. Veja a nota na íntegra: "Atividades que tenham como objetivo enganar, fraudar ou explorar terceiros não são permitidas em nossas plataformas e estamos sempre aprimorando a nossa tecnologia para combater atividades suspeitas. Também recomendamos que as pessoas denunciem quaisquer conteúdos que acreditem ir contra os Padrões da Comunidade do Facebook, das Diretrizes da Comunidade do Instagram e os Padrões de Publicidade da Meta através dos próprios aplicativos". Como se proteger dos ‘shows falsos’ Ao se deparar com um anúncio do tipo, é muito importante conferir as fontes oficiais para verificar se o show de fato vai acontecer.  Além de prejuízo financeiro (pagar por algo que não existe ou não foi anunciado no canal oficial), o golpe pode expor dados sensíveis e até deixar a vítima propensa a malwares, como informa o pesquisador de cibersegurança da ESET Daniel Barbosa: “Todas as informações preenchidas nos formulários de cadastro ficarão em poder dos cibercriminosos, que podem usá-las para cometer outros tipos de golpe no futuro. Além disso, campanhas maliciosas frequentemente também são usadas para propagar malwares”, explica. O principal ponto de atenção, segundo Daniel Barbosa, é confirmar se o link da venda é oficial.  “Criminosos frequentemente tentam reproduzir a aparência de páginas oficiais de venda de ingressos, mas o link de acesso costuma divergir do original. Se a aparência da página não corresponder ao domínio legítimo, é sinal de que você provavelmente entrou em um ambiente malicioso”, alerta. O que fazer se você foi vítima de um golpe do tipo Caso você tenha comprado o ingresso para um show que não existe, existem algumas alternativas para evitar o prejuízo. A advogada especialista em direito civil e direito do consumidor Amanda Cunha aponta três caminhos: relatar o ocorrido para a instituição financeira responsável para cancelar a transação, denunciar o anúncio original nas redes sociais e criar um boletim de ocorrência. “Ao identificar que foi vítima de um golpe envolvendo anúncio fraudulento, o usuário deve agir imediatamente. O primeiro passo é notificar a instituição financeira responsável pelo pagamento, solicitando o cancelamento da transaçã

Mai 12, 2025 - 23:32
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Site falso promove suposto show do Pearl Jam no Brasil para aplicar golpes

Anúncios que promovem um suposto show da banda Pearl Jam no Brasil apareceram no Instagram nos últimos dias. O post leva a um site falso que simula a identidade da plataforma de ingressos Eventim, enquanto a banda de rock dos EUA não tem datas confirmadas no país.

De acordo com relatos na rede social X, os posts apareceram no último final de semana e rapidamente foram compartilhados com avisos de golpes pela comunidade. 

A mesma estratégia foi usada há algumas semanas para divulgar um suposto show da cantora Billie Eilish — novamente, um perfil ofereceu ingressos em site similar ao da organizadora de eventos e mencionou datas que não foram confirmadas pela artista.

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Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
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Procurada pelo Canaltech, a Eventim disse que tomou medidas legais para impedir o uso indevido da marca nos sites e “não reconhece a venda de ingressos para o evento da Billie Eilish e/ou Pearl Jam”. A empresa ainda recomenda que consumidores entrem nos canais oficiais antes de qualquer compra.

Posts nas redes sociais alertaram para tentativa de golpe com show (Imagem: Captura de tela/André Magalhães/Canaltech)

Site falso e datas inexistentes

O anúncio no Instagram traz um pôster com os supostos shows e simula a comunicação da Eventim nas redes sociais para promover eventos. As apresentações ocorreriam nos dias 13 e 20 de setembro em São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), respectivamente, mas as datas não existem no site oficial da banda de grunge e nem da organizadora.

De acordo com um print postado pelo usuário @jogosspfc no X (antigo Twitter), a publicação é repleta de comentários de perfis com emojis sobre o show — não é possível confirmar, mas a prática lembra o uso de bots na plataforma. 

O link promovido leva a uma página com endereço genérico, mas identidade visual praticamente idêntica ao site da vendedora de ingressos. Alguns detalhes podem passar despercebidos ao bater o olho sobre a tela, mas logo é possível perceber indícios de fraude — além da URL diferente, não é possível clicar em itens do rodapé da página.

O processo de compra inclusive lista ingressos por setor e até exige um login com a conta da plataforma para avançar às próximas etapas.

Captura de site falso que simula a Eventim
Site falso simula identidade de plataforma vendedora de ingressos (Imagem: Captura de tela/André Magalhães/Canaltech)

A reportagem também procurou a Meta, visto que os anúncios foram encontrados no Instagram. A Big Tech reforçou que atividades fraudulentas não são permitidas na plataforma e recomendou que as pessoas denunciem as tentativas de golpe.

Veja a nota na íntegra:

"Atividades que tenham como objetivo enganar, fraudar ou explorar terceiros não são permitidas em nossas plataformas e estamos sempre aprimorando a nossa tecnologia para combater atividades suspeitas. Também recomendamos que as pessoas denunciem quaisquer conteúdos que acreditem ir contra os Padrões da Comunidade do Facebook, das Diretrizes da Comunidade do Instagram e os Padrões de Publicidade da Meta através dos próprios aplicativos".

Como se proteger dos ‘shows falsos’

Ao se deparar com um anúncio do tipo, é muito importante conferir as fontes oficiais para verificar se o show de fato vai acontecer

Além de prejuízo financeiro (pagar por algo que não existe ou não foi anunciado no canal oficial), o golpe pode expor dados sensíveis e até deixar a vítima propensa a malwares, como informa o pesquisador de cibersegurança da ESET Daniel Barbosa:

“Todas as informações preenchidas nos formulários de cadastro ficarão em poder dos cibercriminosos, que podem usá-las para cometer outros tipos de golpe no futuro. Além disso, campanhas maliciosas frequentemente também são usadas para propagar malwares”, explica.

O principal ponto de atenção, segundo Daniel Barbosa, é confirmar se o link da venda é oficial

“Criminosos frequentemente tentam reproduzir a aparência de páginas oficiais de venda de ingressos, mas o link de acesso costuma divergir do original. Se a aparência da página não corresponder ao domínio legítimo, é sinal de que você provavelmente entrou em um ambiente malicioso”, alerta.

O que fazer se você foi vítima de um golpe do tipo

Caso você tenha comprado o ingresso para um show que não existe, existem algumas alternativas para evitar o prejuízo.

A advogada especialista em direito civil e direito do consumidor Amanda Cunha aponta três caminhos: relatar o ocorrido para a instituição financeira responsável para cancelar a transação, denunciar o anúncio original nas redes sociais e criar um boletim de ocorrência.

“Ao identificar que foi vítima de um golpe envolvendo anúncio fraudulento, o usuário deve agir imediatamente. O primeiro passo é notificar a instituição financeira responsável pelo pagamento, solicitando o cancelamento da transação ou o estorno, alegando se tratar de uma fraude. 

Em seguida, é importante denunciar o conteúdo falso na própria rede social, como o Instagram, e nas plataformas envolvidas na venda. A vítima também deve registrar um boletim de ocorrência e reunir todas as provas (prints, e-mails, transações, URLs), pois, em caso de prejuízos financeiros e/ou emocionais, é possível ajuizar uma ação judicial para obter reparação por danos materiais e morais”.

Amanda Cunha também alerta para o risco de publicações do tipo aparecerem no Instagram sem restrições. 

“Quando um golpe é veiculado como anúncio patrocinado, o usuário pode entender que há uma chancela ou verificação da rede social, o que aumenta o nível de confiança e reduz a suspeita da fraude. Isso pode levar o consumidor a clicar no link e realizar pagamentos sem a devida cautela”, conclui.

Em teste feito pelo Canaltech, o site falso com a suposta venda de ingressos continuava no ar até o momento da publicação da matéria.

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