Roupas à base de plantas que pode enterrar no quintal? Já existe e promete provocar a indústria da moda

A Under Armour acaba de dar um passo disruptivo em relação à indústria da moda rumo à sustentabilidade, com o lançamento da sua primeira coleção de roupas desportivas regenerativas, desenvolvida em parceria com a Unless Collective, de Portland.

Abr 9, 2025 - 13:47
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Roupas à base de plantas que pode enterrar no quintal? Já existe e promete provocar a indústria da moda

A Under Armour acaba de dar um passo disruptivo em relação à indústria da moda rumo à sustentabilidade, com o lançamento da sua primeira coleção de roupas desportivas regenerativas, desenvolvida em parceria com a Unless Collective, de Portland. A estreia mundial acontece esta semana, durante a Semana de Design de Milão, em Itália.

Composta por calçado, casacos, coletes, camisas e outros itens feitos inteiramente de materiais de origem vegetal e biodegradáveis, a coleção é pensada para desaparecer de forma natural quando chega ao final da sua vida útil. “Todos os nossos produtos fazem um bom lixo”, afirma Eric Liedtke, cofundador da Unless e vice-presidente executivo de estratégia de marca da Under Armour.

Adquirida pela Under Armour no verão passado, a Unless trouxe à gigante americana a sua especialidade em moda regenerativa — conceito que aposta em que materiais naturais retornam ao meio ambiente sem causar danos, ao contrário dos tradicionais tecidos sintéticos derivados do petróleo. “Estamos aqui para apresentar a ideia de moda regenerativa”, reforça Liedtke. “Quando é regenerativo, agrega valor ao ecossistema, em vez de ser destrutivo.”

Na prática, isto significa que peças da coleção podem ser compostadas após o uso — inclusive em casa, no próprio quintal. Em ambientes industriais, como composteiras, uma camisa destas decompõe-se em poucas semanas.

Entre os materiais utilizados estão casca de coco e látex natural nas solas dos calçados, nozes corozo nos botões, algodão sumaúma como isolante térmico e o algodão tradicional em peças básicas. Segundo Liedtke, a durabilidade é outro elemento diferencial da linha, que procura rivalizar com marcas conhecidas pela resistência, como Dickies e Carhartt.

Provocativa por natureza, a coleção pretende não apenas chamar atenção para o impacto ambiental da moda — onde 70% das roupas ainda são feitas com microplásticos —, mas também inspirar mudanças estruturais no setor. “O futuro é regenerativo”, diz Liedtke.