Resultados trimestrais da Vale (VALE3) e Alphabet (GOGL34) agitam mercado, enquanto rumores indicam que Trump pode aliviar tarifas para China; veja os destaques desta quinta-feira (24)

A agenda econômica mundial segue de olho nos resultados empresarias do primeiro trimestre de 2025, especialmente em Vale (VALE3). O post Resultados trimestrais da Vale (VALE3) e Alphabet (GOGL34) agitam mercado, enquanto rumores indicam que Trump pode aliviar tarifas para China; veja os destaques desta quinta-feira (24) apareceu primeiro em Empiricus.

Abr 24, 2025 - 13:48
 0
Resultados trimestrais da Vale (VALE3) e Alphabet (GOGL34) agitam mercado, enquanto rumores indicam que Trump pode aliviar tarifas para China; veja os destaques desta quinta-feira (24)

Com a agenda de indicadores econômicos praticamente esvaziada, os mercados seguem à mercê do noticiário sobre tarifas — mais especificamente, das idas e vindas da política comercial de Donald Trump. Em um ambiente assim, qualquer aceno, por mais vago que seja, pode servir de gatilho para os ativos de risco. Enquanto isso, a temporada de resultados começa a ganhar corpo: hoje à noite, temos dois grandes destaques em lados opostos do globo — Alphabet (GOGL34), controladora do Google, divulga seus números nos EUA, e a Vale (VALE3) faz o mesmo por aqui. A expectativa em torno dos balanços pode ajudar a ditar o tom dos próximos dias.

Na Europa, o apetite por risco dá uma pausa. Depois do otimismo de ontem, motivado pela possibilidade de descompressão na guerra comercial, o continente se vê diante de uma bateria de resultados de grandes empresas — o que traz um tom mais cauteloso aos pregões locais. O movimento contrasta com o que observamos nos futuros americanos, que operam em alta nesta manhã, e com o desempenho dos mercados asiáticos.

Na Ásia, os principais índices fecharam em alta, refletindo o discurso mais brando de Trump e do secretário do Tesouro, Scott Bessent, que sugeriram um arrefecimento das tensões com a China. Ainda assim, o alívio não foi suficiente para restaurar por completo a confiança dos investidores locais — o avanço foi seletivo, e o desconforto permanece evidente. 

· 00:58 — Sem gatilhos claros até amanhã

No Brasil, o Ibovespa emendou mais uma alta na quarta-feira (23), voltando a se aproximar do patamar dos 133 mil pontos, embalado por uma trégua — ainda que provisória — nas turbulências globais. O dólar também perdeu fôlego, encerrando o dia com queda de 0,16%, cotado a R$ 5,71, após ter batido R$ 5,65 na mínima.

O pano de fundo para esse alívio foi mais um recuo retórico de Donald Trump, que ensaiou uma postura menos agressiva tanto no front comercial com a China quanto em relação à independência do Federal Reserve. Com isso, os ativos brasileiros seguem se destacando: mostram resiliência em meio à turbulência externa e respondem com força nos momentos de recuperação. Na ausência de grandes ruídos políticos no front doméstico — ao menos por ora —, parte do otimismo por aqui decorre da expectativa de que o ciclo de aperto monetário esteja, finalmente, chegando ao fim. O IPCA-15 de amanhã (25) será observado com lupa: se vier comportado, reforça a discussão sobre o timing de eventuais cortes de juros, o que tende a favorecer os ativos locais.

O risco, claro, segue sendo Brasília. Se o governo insistir em dobrar a aposta em medidas populistas e fiscalmente frouxas, especialmente no segundo semestre, o ambiente pode rapidamente azedar. No cenário internacional, uma eventual desaceleração da economia americana — combinada à possibilidade de novos cortes de juros pelo Fed — também pode jogar a favor dos mercados emergentes, como historicamente ocorre quando há descompressão das taxas longas nos EUA.

Aliás, há ainda um componente mais estrutural em jogo: a rotação global entre setores e regiões, que tem favorecido países considerados “baratos”. Esse movimento, inclusive, já começa a precificar a hipótese de uma mudança de pêndulo político em 2026 (investidores globais que não pegaram o ciclo de virada da Argentina com o Milei). Como disse recentemente o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, Tarcísio de Freitas seria “imbatível” com o apoio de Bolsonaro. Para ele, o governo Lula não conseguirá reverter seu desgaste sem enfrentar de frente a pauta econômica — o que parece improvável, dada a estratégia atual de insistência no erro. A aposta será dobrada, mas o retorno político, ao que tudo indica, não virá na mesma proporção.

· 01:49 — Desacelerando

Nos EUA, a alta das bolsas manteve o ritmo ontem (23), impulsionada pela expectativa — talvez um tanto otimista — de que a Casa Branca esteja disposta a aliviar parte das tarifas impostas à China. Essa renovação do apetite por risco, no entanto, contrasta com sinais crescentes de desaceleração da economia americana. O PMI Composto Preliminar de abril, divulgado pela S&P Global, registrou queda puxada pelo setor de serviços, que ofuscou o leve avanço observado na manufatura. O índice atingiu o menor patamar dos últimos 16 meses, ainda acima da linha que separa crescimento de contração, mas com uma mensagem clara: o dinamismo está perdendo força.

Como se não bastasse, o Livro Bege do Federal Reserve veio carregado de alertas. Termos como “tarifa” e “incerteza” apareceram nada menos que 107 e 89 vezes, respectivamente — um reflexo direto do impacto que o ambiente de guerra comercial e instabilidade política vem causando sobre a atividade econômica e o humor empresarial. Em outras palavras, a deterioração da confiança se tornou palpável.

Na agenda desta quinta-feira, o destaque fica por conta da temporada de resultados corporativos, que ganha fôlego com uma leva expressiva de divulgações. Passam pelo crivo dos investidores nomes de peso como Alphabet, Procter & Gamble, PepsiCo, Merck, Caterpillar, Bristol-Myers Squibb, Intel, Freeport-McMoRan, Deutsche Bank, Nasdaq, Hasbro, American Airlines, Harley-Davidson e Hertz. Um verdadeiro termômetro do humor setorial — e, quem sabe, da capacidade de resistência das empresas frente ao cenário de ruído político e desaceleração econômica.

· 02:36 — Mais problemas para as Big Techs

Apple (AAPL34) e Meta (M1TA34) foram as primeiras gigantes de tecnologia a sentir o peso da nova Lei de Mercados Digitais da União Europeia — e não escaparam ilesas. O bloco aplicou um total de US$ 798 milhões em multas às empresas por supostas violações das novas diretrizes antitruste, concebidas para conter o poder descomunal das Big Techs sobre os mercados digitais. A Apple foi penalizada em US$ 570 milhões, enquanto a Meta, dona de Facebook, WhatsApp e Instagram, recebeu uma multa de US$ 230 milhões.

Apesar dos valores parecerem expressivos, são cifras quase simbólicas frente ao faturamento bilionário dessas companhias — um sinal de que Bruxelas pode estar calibrando a mão para não alimentar ainda mais as tensões comerciais com os Estados Unidos. Afinal, não é segredo que Donald Trump vem criticando duramente o que considera uma cruzada europeia contra empresas americanas de tecnologia.

A Meta, por sua vez, adotou uma retórica abertamente confrontadora, classificando as novas regras da UE como uma “tarifa multibilionária disfarçada” e acusando o bloco de tentar minar o sucesso das empresas dos EUA. Mas o ponto central aqui vai além das multas: trata-se de uma ofensiva regulatória que pode obrigar as gigantes do Vale do Silício a repensar seus modelos de negócio dentro do continente — algo que pode ter repercussões mais profundas do que a conta a ser paga agora. Em outras palavras, os valores divulgados são apenas o cartão de visitas de um movimento mais amplo.

· 03:21 — Vai e vem de tarifas

Os investidores seguem em compasso de espera por qualquer sinal de que a Casa Branca esteja disposta a aliviar sua cruzada tarifária contra a China — e, ao que tudo indica, essa sinalização começou a despontar, ainda que de forma tímida. Segundo o Wall Street Journal, autoridades americanas estariam considerando reduzir as tarifas para 35% sobre produtos chineses sem relação com segurança nacional. A reportagem também menciona a possibilidade de um recuo mais amplo, com a alíquota média sobre importações caindo para 50%. Ainda altíssima, é verdade, mas já seria uma queda relevante diante dos níveis draconianos que hoje engessam o comércio bilateral.

A euforia do mercado, no entanto, esbarrou rapidamente na realidade. A Casa Branca não confirmou nenhuma dessas intenções e, até aqui, mantém o discurso duro. Para reforçar o banho de água fria, o próprio secretário do Tesouro, Scott Bessent, tratou de esclarecer que qualquer alívio tarifário está condicionado a gestos equivalentes por parte de Pequim — o que, dadas as tensões atuais, não parece exatamente iminente.

No fim das contas, o cenário permanece travado em um ciclo de promessas e recuos, alimentado por manchetes vazias vazadas e declarações ambíguas. Esse vai-e-vem infernal — entre acenos de desescalada e reafirmações de confronto — não apenas mina a previsibilidade do ambiente econômico, como prolonga uma instabilidade que os mercados já não conseguem mais digerir com naturalidade.

· 04:15 — Ajudando a indústria do jeito certo…

Como comentamos ontem, a globalização foi, na prática, boa para o consumidor americano. Trouxe bens mais baratos, maior variedade e pressão competitiva sobre os preços. No entanto, também é verdade que ela coincidiu com o declínio relativo da indústria manufatureira dos EUA nas últimas décadas. Já explorei neste espaço que havia, sim, uma leitura inicial razoável por parte de alguns membros da equipe econômica de Donald Trump: o comércio global está longe de ser genuinamente livre, e isso gerou distorções que merecem ser corrigidas. A ideia, no papel, era nobre: reconstruir um ambiente mais justo e livre nas trocas internacionais. Para isso, seria necessária uma reforma coordenada e inteligente do modelo de comércio global.

Mas não foi isso que aconteceu. Em vez de um plano articulado, o que vimos foi uma ofensiva tarifária desorganizada, ruidosa e sem costura diplomática. O resultado? Um cenário pior para todos — inclusive para a indústria americana, que supostamente seria a maior beneficiada. O problema central é que a maioria das importações dos EUA não são produtos de consumo, mas sim insumos intermediários, equipamentos de capital e matérias-primas. Tornar essas importações mais caras é como aumentar o custo da farinha para quem faz pão: inevitavelmente, a cadeia inteira sofre. Exportadores americanos ficam menos competitivos, consumidores pagam mais, e o investidor industrial, diante da incerteza regulatória e tarifária, recua. Em vez de reconstruir a base produtiva, o governo conseguiu apenas entulhar o caminho com obstáculos.

E o mais frustrante: a culpa pelo declínio da manufatura americana nem sequer é toda da globalização — ao menos, não primordialmente. A maior parte dessa transformação vem de dentro: automação, avanços em produtividade, e a inevitável migração de trabalhadores para setores mais rentáveis, como os serviços, que hoje concentram empregos melhor remunerados. Mesmo a China, símbolo da industrialização acelerada, já enfrenta um processo de desindustrialização. Vale lembrar que os Estados Unidos seguem líderes em valor agregado na indústria. Eles apenas fazem mais com menos trabalhadores — uma consequência natural da maturidade produtiva.

É claro que existe espaço para políticas industriais inteligentes, voltadas à proteção e reativação de setores estratégicos — como semicondutores, defesa, energia avançada e baterias. Mas isso exige algo mais sofisticado do que slogans em palanques ou tarifas improvisadas. O mundo já acumulou uma literatura vasta sobre como fazer isso bem. E, em algum momento, até parecia que a Casa Branca poderia seguir esse caminho — como sugeria o plano de Stephen Miran, que já discutimos aqui. Mas o que se viu na execução foi o oposto: um desperdício de oportunidade e um retrocesso em nome de um nacionalismo econômico. O plano era bom. A prática, desastrosa.

· 05:07 — Sinais vitais robustos para distribuição de dividendos

A Fleury (FLRY3), por muitos anos alçada ao posto de “queridinha” da Bolsa, construiu essa reputação à base de excelência operacional, marca premium e uma trajetória consistente de crescimento, mesmo em um mercado cuja base de beneficiários pouco evoluiu ao longo da última década…

O post Resultados trimestrais da Vale (VALE3) e Alphabet (GOGL34) agitam mercado, enquanto rumores indicam que Trump pode aliviar tarifas para China; veja os destaques desta quinta-feira (24) apareceu primeiro em Empiricus.