Quem é a ex-primeira-dama do Peru que recebeu asilo no Brasil
Nadine Heredia se refugiou na Embaixada do Brasil em Lima antes que a Justiça a sentenciasse a 15 anos de prisão. O marido dela, o ex-presidente Ollanta Humala, foi preso. Nadine Heredia e Ollanta Humala Reuters/Mariana Bazo A ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia chegou nesta quarta-feira (16) ao Brasil após obter um salvo-conduto do governo peruano para se refugiar no país. Heredia, que foi condenada na terça-feira (15) a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, é esposa de Ollanta Humala, que governou o Peru A esposa de Humala, Nadine Heredia, também foi condenada a 15 anos de prisão na terça-feira. O Ministério das Relações Exteriores do Peru informou que, após o veredito, Heredia entrou na embaixada brasileira em Lima para solicitar asilo. De acordo com um dos advogados de Humala no Brasil, Marco Aurélio de Carvalho, Heredia tem câncer e já havia solicitado permissão para viajar ao Brasil para tratamento, mas o pedido foi negado. Após o veredito, o Ministério das Relações Exteriores do Peru informou que Heredia entrou na embaixada brasileira em Lima para solicitar asilo diplomático, que foi concedido a ela e seu filho mais novo. O governo peruano também afirmou que fornecerá passagem segura e garantias para a transferência dos dois. Humala, um oficial militar aposentado que liderou a nação andina de 2011 a 2016, provavelmente cumprirá sua pena em uma base policial construída especialmente para abrigar os líderes peruanos presos. Os ex-presidentes Alejandro Toledo e Pedro Castillo estão atualmente presos no local, enquanto Alberto Fujimori permaneceu lá até sua libertação em 2023. Durante seu julgamento, que durou três anos após uma investigação iniciada em 2016, Humala denunciou as acusações como perseguição política. Os promotores alegaram que Humala recebeu os fundos ilícitos em sua campanha de 2011 contra Keiko Fujimori – a filha do outro ex-presidente – por meio do Partido Nacionalista de Humala. Sua prisão entrará em vigor imediatamente, mesmo que ele recorra da condenação. O tribunal deve continuar lendo a sentença completa nos próximos dias. O advogado de Humala, Wilfredo Pedraza, classificou a sentença como "excessiva", afirmando que os promotores não conseguiram provar a origem ilegal dos fundos. Ele disse que a defesa planeja recorrer assim que a decisão final for proferida em 29 de abril. Salvo-conduto A presidente do Peru, Dina Boluarte, concedeu salvo-conduto para permitir que a ex-primeira-dama Nadine Heredia deixe a embaixada brasileira em Lima e viaje para o Brasil. A informação foi confirmada pela defesa do ex-presidente Ollanta Humala, marido de Nadine Mais tarde, o Ministério das Relações Exteriores do Peru afirmou que o Brasil concedeu asilo diplomático a Nadine. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Nadine e Humala foram condenados a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, em um caso envolvendo a construtora brasileira Odebrecht (atualmente Novonor) e o governo do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez. Para a defesa de Humala, o caso tem "paralelos indiscutíveis" com a Lava-Jato. "Delegações peruanas estiveram no Brasil para mostrar semelhanças no processo, e nós confirmamos que de fato os procedimentos são rigorosamente iguais. Os promotores e os juízes de lá, infelizmente, adotaram os mesmos métodos ilegais adotados no Brasil pelo ex-juiz Sergio Moro e pelos promotores da Operação Lava Jato", disse. Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Peru, Nadine entrou na sede da Embaixada do Brasil pela manhã, antes da divulgação da sentença. A Chancelaria do Peru informou que o pedido de asilo foi feito "em conformidade com o estabelecido na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, da qual o Peru e o Brasil são signatários." A Justiça peruana condenou Humala e Nadine após investigações que apontaram que o ex-presidente recebeu US$ 3 milhões da Odebrecht e outros US$ 200 mil de Chávez para financiar suas campanhas presidenciais de 2006 e 2011. Humala foi eleito presidente em 2011 e permaneceu no cargo até 2016. Ele e a mulher chegaram a ser presos em 2017, no âmbito das investigações. Naquele ano, o ex-diretor da Odebrecht no Peru afirmou que a empresa fez doações a Humala a pedido do PT. Nadine foi acusada de atuar ativamente nas atividades do Partido Nacionalista Peruano, fundado por Humala, e de participar na arrecadação de fundos e ações de governo. Ela nega ter recebido valores ilícitos. Além do casal, o irmão de Nadine, Ilán Heredia, cunhado de Humala, também foi condenado a 12 anos de prisão no mesmo processo. Ao final do julgamento, Humala foi detido pela polícia e levado à prisão. Uma ordem de prisão também foi expedida contra Nadine, que não compareceu à audiência. Além da pena de prisão, Humala terá que pagar uma multa de 10 milhões de soles (cerca de R$ 15,7 milhões). A defesa de Humala anunciou que recorrerá da decisão, classificando a sentença como "excessiva" e alegando que os promotores não conseguiram pr


Nadine Heredia se refugiou na Embaixada do Brasil em Lima antes que a Justiça a sentenciasse a 15 anos de prisão. O marido dela, o ex-presidente Ollanta Humala, foi preso. Nadine Heredia e Ollanta Humala Reuters/Mariana Bazo A ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia chegou nesta quarta-feira (16) ao Brasil após obter um salvo-conduto do governo peruano para se refugiar no país. Heredia, que foi condenada na terça-feira (15) a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, é esposa de Ollanta Humala, que governou o Peru A esposa de Humala, Nadine Heredia, também foi condenada a 15 anos de prisão na terça-feira. O Ministério das Relações Exteriores do Peru informou que, após o veredito, Heredia entrou na embaixada brasileira em Lima para solicitar asilo. De acordo com um dos advogados de Humala no Brasil, Marco Aurélio de Carvalho, Heredia tem câncer e já havia solicitado permissão para viajar ao Brasil para tratamento, mas o pedido foi negado. Após o veredito, o Ministério das Relações Exteriores do Peru informou que Heredia entrou na embaixada brasileira em Lima para solicitar asilo diplomático, que foi concedido a ela e seu filho mais novo. O governo peruano também afirmou que fornecerá passagem segura e garantias para a transferência dos dois. Humala, um oficial militar aposentado que liderou a nação andina de 2011 a 2016, provavelmente cumprirá sua pena em uma base policial construída especialmente para abrigar os líderes peruanos presos. Os ex-presidentes Alejandro Toledo e Pedro Castillo estão atualmente presos no local, enquanto Alberto Fujimori permaneceu lá até sua libertação em 2023. Durante seu julgamento, que durou três anos após uma investigação iniciada em 2016, Humala denunciou as acusações como perseguição política. Os promotores alegaram que Humala recebeu os fundos ilícitos em sua campanha de 2011 contra Keiko Fujimori – a filha do outro ex-presidente – por meio do Partido Nacionalista de Humala. Sua prisão entrará em vigor imediatamente, mesmo que ele recorra da condenação. O tribunal deve continuar lendo a sentença completa nos próximos dias. O advogado de Humala, Wilfredo Pedraza, classificou a sentença como "excessiva", afirmando que os promotores não conseguiram provar a origem ilegal dos fundos. Ele disse que a defesa planeja recorrer assim que a decisão final for proferida em 29 de abril. Salvo-conduto A presidente do Peru, Dina Boluarte, concedeu salvo-conduto para permitir que a ex-primeira-dama Nadine Heredia deixe a embaixada brasileira em Lima e viaje para o Brasil. A informação foi confirmada pela defesa do ex-presidente Ollanta Humala, marido de Nadine Mais tarde, o Ministério das Relações Exteriores do Peru afirmou que o Brasil concedeu asilo diplomático a Nadine. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Nadine e Humala foram condenados a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, em um caso envolvendo a construtora brasileira Odebrecht (atualmente Novonor) e o governo do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez. Para a defesa de Humala, o caso tem "paralelos indiscutíveis" com a Lava-Jato. "Delegações peruanas estiveram no Brasil para mostrar semelhanças no processo, e nós confirmamos que de fato os procedimentos são rigorosamente iguais. Os promotores e os juízes de lá, infelizmente, adotaram os mesmos métodos ilegais adotados no Brasil pelo ex-juiz Sergio Moro e pelos promotores da Operação Lava Jato", disse. Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Peru, Nadine entrou na sede da Embaixada do Brasil pela manhã, antes da divulgação da sentença. A Chancelaria do Peru informou que o pedido de asilo foi feito "em conformidade com o estabelecido na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, da qual o Peru e o Brasil são signatários." A Justiça peruana condenou Humala e Nadine após investigações que apontaram que o ex-presidente recebeu US$ 3 milhões da Odebrecht e outros US$ 200 mil de Chávez para financiar suas campanhas presidenciais de 2006 e 2011. Humala foi eleito presidente em 2011 e permaneceu no cargo até 2016. Ele e a mulher chegaram a ser presos em 2017, no âmbito das investigações. Naquele ano, o ex-diretor da Odebrecht no Peru afirmou que a empresa fez doações a Humala a pedido do PT. Nadine foi acusada de atuar ativamente nas atividades do Partido Nacionalista Peruano, fundado por Humala, e de participar na arrecadação de fundos e ações de governo. Ela nega ter recebido valores ilícitos. Além do casal, o irmão de Nadine, Ilán Heredia, cunhado de Humala, também foi condenado a 12 anos de prisão no mesmo processo. Ao final do julgamento, Humala foi detido pela polícia e levado à prisão. Uma ordem de prisão também foi expedida contra Nadine, que não compareceu à audiência. Além da pena de prisão, Humala terá que pagar uma multa de 10 milhões de soles (cerca de R$ 15,7 milhões). A defesa de Humala anunciou que recorrerá da decisão, classificando a sentença como "excessiva" e alegando que os promotores não conseguiram provar a origem ilegal do dinheiro. LEIA TAMBÉM Javier Milei dá a entender que Brasil deveria agradecer a ele por governo Trump ter taxado produtos do país em 'apenas' 10% 'Vampiro de Hanôver': a história do serial killer alemão que matava vítimas a 'dentadas' e foi condenado à guilhotina Assessor próximo do secretário de Defesa dos EUA é escoltado para fora do Pentágono suspeito de vazar informações sigilosas O caso Mulher de ex-presidente do Peru se refugia na embaixada do Brasil após ser condenada à prisão Humala foi o primeiro ex-presidente peruano a ser julgado no escândalo de corrupção da Odebrecht, que envolveu também outros três ex-mandatários do país: Alan García se suicidou em 2019, quando a polícia chegou a sua casa para prendê-lo. Alejandro Toledo foi condenado a 20 anos de prisão por receber propinas em troca de contratos com o governo. Pedro Pablo Kuczynski está em prisão domiciliar enquanto aguarda a conclusão das investigações. Humala venceu a eleição de 2011 ao derrotar Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori. Keiko também chegou a ser presa por mais de um ano em um processo ligado à Odebrecht, posteriormente anulado pela Justiça. Em entrevista à agência EFE em fevereiro deste ano, Humala negou ter recebido propina da construtora e sugeriu que o dinheiro poderia ter sido desviado pelo ex-diretor da empresa no Peru, Jorge Barata. "Se essa tese de que, efetivamente, Marcelo [Odebrecht] teria arranjado para que Barata [enviasse dinheiro para sua campanha], o que eu acho, primeiro, [é que] não acredito que isso tenha acontecido, mas, se aconteceu, Barata roubou o dinheiro", disse. O ex-presidente do Peru, Ollanta Humala, antes de ser preso em audiência, em 15 de abril de 2025 REUTERS/Angela Ponce VÍDEOS: mais assistidos do g1