Obra de prédio que desabou em SP estava embargada desde janeiro por construção acima do limite; multa foi de R$ 3,1 milhões

Segundo a Prefeitura de São Paulo, embargo ocorreu em 24 de janeiro. Desabamento ocorreu na manhã desta quinta-feira (13). Edifício tinha permissão para construir apenas três andares, mas já estava com pelo menos sete. Depois e antes de prédio que desabou na Zona Norte de SP Reprodução/Arquivo pessoal/TV Globo A obra do prédio que desabou na manhã desta quinta-feira (13) na Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte de São Paulo, estava embargada desde 24 de janeiro deste ano, devido à construção de pavimentos acima do que era permitido, segundo a prefeitura da capital. Questionada pelo g1, a gestão municipal afirmou que foram aplicadas duas multas, ao proprietário e ao responsável técnico da obra, totalizadas em R$ 3,1 milhões. O prédio tinha autorização para a construir apenas três andares de apartamentos, mas uma foto obtida pela TV Globo mostra que o edifício tinha mais que o dobro de andares erguidos no terreno. O registro foi feito na última semana, antes do desabamento, por um morador da região. Nele, é possível ver a construção com pelo menos sete andares. Segundo os registros da prefeitura da capital, o dono do imóvel, Renato Robson de Souza, obteve o Alvará de Aprovação e Execução de Edificação Nova emitido pela Secretaria Municipal de Licenciamento e Urbanismo (SMUL) em outubro de 2023. O edifício recebeu o nome provisório de Residencial Recanto. A autorização dada pela SMUL afirmava que, na área, seriam erguidos 30 apartamentos de 24 a 46 metros quadrados, nos três pavimentos autorizados pela gestão municipal (térreo mais dois andares). Projeto do Residencial Recanto, na Vila Nova Cachoeirinha, registrado na Prefeitura de SP. Reprodução Segundo o engenheiro civil Roberto Racanicch, muitas construtoras projetam um número de pavimentos acima do que se pretende erguer inicialmente, para ter fundação e infraestrutura capaz de aguentar se, depois de um tempo, o restante for construído. O problema é quando se faz o contrário, com um projeto e uma infraestrutura para certo tipo de carregamento, depois de um tempo, resolve incluir outro(s) pavimento(s) que não estão previstos. Quando não há previsão nenhuma dessa carga, pode acontecer esse tipo de acidente, já que a carga se torna superior ao que o projeto suporta. Qualquer quantidade específica de pavimentos precisa ser prevista desde o projeto. Se houver uma diferença depois disso, implicará em risco de colapso

Fev 13, 2025 - 21:53
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Obra de prédio que desabou em SP estava embargada desde janeiro por construção acima do limite; multa foi de R$ 3,1 milhões

Segundo a Prefeitura de São Paulo, embargo ocorreu em 24 de janeiro. Desabamento ocorreu na manhã desta quinta-feira (13). Edifício tinha permissão para construir apenas três andares, mas já estava com pelo menos sete. Depois e antes de prédio que desabou na Zona Norte de SP Reprodução/Arquivo pessoal/TV Globo A obra do prédio que desabou na manhã desta quinta-feira (13) na Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte de São Paulo, estava embargada desde 24 de janeiro deste ano, devido à construção de pavimentos acima do que era permitido, segundo a prefeitura da capital. Questionada pelo g1, a gestão municipal afirmou que foram aplicadas duas multas, ao proprietário e ao responsável técnico da obra, totalizadas em R$ 3,1 milhões. O prédio tinha autorização para a construir apenas três andares de apartamentos, mas uma foto obtida pela TV Globo mostra que o edifício tinha mais que o dobro de andares erguidos no terreno. O registro foi feito na última semana, antes do desabamento, por um morador da região. Nele, é possível ver a construção com pelo menos sete andares. Segundo os registros da prefeitura da capital, o dono do imóvel, Renato Robson de Souza, obteve o Alvará de Aprovação e Execução de Edificação Nova emitido pela Secretaria Municipal de Licenciamento e Urbanismo (SMUL) em outubro de 2023. O edifício recebeu o nome provisório de Residencial Recanto. A autorização dada pela SMUL afirmava que, na área, seriam erguidos 30 apartamentos de 24 a 46 metros quadrados, nos três pavimentos autorizados pela gestão municipal (térreo mais dois andares). Projeto do Residencial Recanto, na Vila Nova Cachoeirinha, registrado na Prefeitura de SP. Reprodução Segundo o engenheiro civil Roberto Racanicch, muitas construtoras projetam um número de pavimentos acima do que se pretende erguer inicialmente, para ter fundação e infraestrutura capaz de aguentar se, depois de um tempo, o restante for construído. O problema é quando se faz o contrário, com um projeto e uma infraestrutura para certo tipo de carregamento, depois de um tempo, resolve incluir outro(s) pavimento(s) que não estão previstos. Quando não há previsão nenhuma dessa carga, pode acontecer esse tipo de acidente, já que a carga se torna superior ao que o projeto suporta. Qualquer quantidade específica de pavimentos precisa ser prevista desde o projeto. Se houver uma diferença depois disso, implicará em risco de colapso