Ministros de Lula avaliam abreviar permanência no governo
Auxiliares do petista temem a impopularidade do presidente e seus efeitos na campanha eleitoral no próximo ano

Ainda é uma conversa mantida nos bastidores do governo, mas cresce em alguns gabinetes importantes da gestão petista o desejo de alguns ministros com ambições eleitorais em 2026 de abreviar o período de trabalho no Executivo.
A falta de perspectiva de serem aprovados no Legislativo os projetos lançados por Lula — estamos praticamente em maio e nada foi votado no Congresso — para tentar resgatar a popularidade da gestão petista é o principal ponto de reflexão de alguns ministros.
Auxiliares de Lula que se empenharam em colocar projetos de pé para servirem de vitrine para suas próprias campanhas, acompanham angustiados a lentidão do Planalto em dar seguimento às ações.
O governo, sem rumo, não consegue mudar o cenário na economia e tem perdido o debate político diário para a oposição em diferentes frentes. Lula, que anunciou o “ano da colheita”, vai passar os próximos meses distraído em viagens internacionais.
Lula é hoje impopular, sofre com o surgimento cada vez maior de agendas negativas — o escândalo do INSS, o colapso dos Correios, a fila sem fim da Previdência, as investigações sobre perdas bilionárias na Previ… — e não demonstra ter energia e meios políticos de reverter esse cenário.
“Na política, partilha-se a vitória”, resume um auxiliar de Lula ao explicar a razão de uma possível debandada.
Com o calendário correndo para a metade do ano, ministros que integram o governo, mas pertencem a partidos com projetos presidenciais estão num dilema ainda maior.
Ninguém quer se contaminar com o peso da impopularidade do petista e ficar “marcado” na campanha eleitoral. Se a maré, para Lula e o PT, não virar… “Melhor sair antes que seja tarde”, diz um cacique de um importante partido com ministros no governo.