Lula diz a deputados que será candidato em 2026
Lula afirma a deputados que será candidato em 2026 e reconhece dependência do Congresso. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou sua intenção de disputar a reeleição em 2026 durante um jantar com deputados da base aliada, realizado na noite de quarta-feira (23), em Brasília. No encontro, promovido pelo presidente da Câmara dos […] O post Lula diz a deputados que será candidato em 2026 apareceu primeiro em O Cafezinho.

Lula afirma a deputados que será candidato em 2026 e reconhece dependência do Congresso.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou sua intenção de disputar a reeleição em 2026 durante um jantar com deputados da base aliada, realizado na noite de quarta-feira (23), em Brasília. No encontro, promovido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), Lula também fez um balanço do seu terceiro mandato, reconhecendo que seu governo depende mais do Congresso do que o contrário. O jantar ocorreu em moldes semelhantes ao promovido pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), semanas antes.
Segundo relatos dos presentes, Lula fez um discurso longo, com mais de 30 minutos de duração, no qual destacou realizações de sua gestão, relembrou momentos de sua trajetória política e apresentou sua visão sobre as questões sociais do país. Ele ainda garantiu estar com boa saúde e afirmou, com ênfase, que é “candidatíssimo” à Presidência nas próximas eleições. A fala é considerada mais contundente do que a declaração feita em um jantar anterior com senadores, na qual havia deixado no ar a possibilidade de disputar novo mandato.
O presidente tem sido criticado por parlamentares por manter pouco contato com o Congresso neste terceiro mandato. Ao admitir a necessidade de se aproximar mais dos parlamentares, Lula demonstrou disposição para reverter esse cenário, sinalizando que pretende manter um diálogo constante com os líderes partidários. A iniciativa é vista como uma tentativa de reaglutinar apoio num momento de desgaste político.
Participaram do jantar deputados de diversas legendas da base aliada, incluindo PT, PSOL, PP, Republicanos, PSD e União Brasil. Entre os presentes estava Pedro Lucas (MA), líder do União Brasil, que recentemente recusou o convite do governo para assumir o Ministério das Comunicações, apesar de seu nome já ter sido anunciado oficialmente. O episódio foi interpretado como um sinal de fraqueza da articulação política do governo.
Horas antes do jantar, Pedro Lucas esteve reunido com Lula no Palácio do Planalto, acompanhado de Davi Alcolumbre, para selar a indicação de Frederico de Siqueira Filho para o comando do Ministério das Comunicações. Essa movimentação busca dar uma resposta à recusa do parlamentar e mitigar o impacto político da situação.
Durante o jantar, Lula escutou todos os 16 deputados presentes. Muitos aproveitaram a ocasião para se apresentar pessoalmente e elogiar a postura do presidente ao buscar um diálogo mais direto com o Legislativo. Hugo Motta foi o mais incisivo entre os oradores. Em sua fala, defendeu a autonomia do Legislativo para alterar propostas do Executivo, mas também elogiou Lula e o esforço para manter a harmonia entre os Poderes.
De acordo com um dos deputados presentes, a fala de Lula foi recebida com entusiasmo, sendo classificada como “cativante”. Até mesmo parlamentares mais críticos ao governo reconheceram que o encontro tinha o simbolismo de um recomeço na relação entre o Planalto e o Congresso.
Lula ainda prometeu organizar um próximo encontro com os deputados na Granja do Torto, tradicional residência de campo da Presidência da República, onde pretende recepcioná-los com churrasco e futebol. O gesto é interpretado como uma forma de criar um ambiente de convivência informal, buscando facilitar futuras negociações políticas.
A reunião acontece num contexto de crescente pressão sobre o governo federal. Nos últimos meses, o Planalto tem enfrentado dificuldades para avançar com suas propostas no Legislativo e vem acumulando desgastes, como no caso da reforma ministerial, da crise no INSS e das tensões envolvendo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Além disso, o relacionamento com partidos do centrão e o desgaste em indicações ministeriais evidenciam a fragilidade da base aliada.
A tentativa de retomar o protagonismo político também ocorre enquanto a oposição, liderada pelo PL e por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, pressiona por pautas que desafiam o governo, como a proposta de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O próprio Hugo Motta foi alvo de críticas dentro do PL por atuar para adiar a votação do projeto, o que pode enfraquecer ainda mais a coesão da oposição.
Nos bastidores do Congresso, a movimentação de Lula também é vista como uma antecipação do cenário eleitoral de 2026. A menção à sua pré-candidatura, feita com ênfase e segurança, visa demarcar terreno frente a possíveis adversários, como o governador paranaense Ratinho Jr., que já articula sua sucessão no estado e busca se fortalecer nacionalmente.
A retomada do diálogo direto com os parlamentares, por meio de encontros como o jantar de quarta-feira, representa uma mudança de estratégia por parte do presidente. Ao longo do ano, Lula vinha sendo cobrado por sua ausência em articulações políticas mais consistentes. O gesto, portanto, pode sinalizar uma virada no modo de relacionamento com o Congresso e uma tentativa de consolidar a governabilidade para o restante do mandato.
Com informações da Folha de S.Paulo.
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