Como o RH tem olhado para a experiência dos 50+?
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Por Roberto Nascimento*
Qual tem sido, de fato, o papel do RH no suporte as contratações, especialmente quando falamos dos profissionais com mais de 50 anos? Pelo que tenho visto e vivido, , o olhar ainda é, muitas vezes, viciado, com a idade vindo antes mesmo da experiência. A preocupação é mais com a “aderência cultural” do que com a experiência, ignorando o potencial de contribuição real que esse profissional pode trazer.
Não há dúvida de que, apesar da idade, os profissionais 50+ possuem uma bagagem rica, visão estratégica, capacidade de liderança, jogo de cintura e resiliência. No entanto, segundo pesquisa da Ernst & Young com a Maturi (2022), a maioria das empresas conta com apenas 6% a 10% de colaboradores acima dos 50 anos. Mais do que isso: 78% dessas organizações admitem ter barreiras internas para contratar esse público.
Um estudo da Catho, em 2024, revelou que 69% dos profissionais com mais de 50 anos acreditam ter perdido oportunidades de emprego devido à idade. Outros 55% afirmaram que suas habilidades foram subestimadas, seja em entrevistas ou dentro das empresas. Então, eu pergunto: o que se avalia ou se deixa de avaliar nesses processos? Muitas vezes, um profissional experiente é o que i pode complementar o time, dar suporte a líderes mais jovens e evitar que decisões estratégicas sejam tomadas erroneamente por conta da inexperiência.
Minha sensação é que, enquanto todo mundo fala sobre o futuro do trabalho, as áreas de pessoas continuam presas ao passado, sem coragem, ou preparo, para encarar o que realmente importa: como valorizar quem tem bagagem? Indo mais a fundo, nos processos que se utilizam de empresas externas, para qualquer tipo de contratação, é preciso conhecer profundamente a empresa, assim como os detalhes da vaga, para que o recrutador não apenas encontre alguém para preencher uma posição, mas para contribuir para o sucesso do negócio.
No caso dos 50+, há ainda algo que vejo como um agravante: além do preconceito, há uma ausência quase total de programas de formação, de transição ou até mesmo de treinamentos adaptados. Quando participei de cursos para atualizar meus conhecimentos, muitas vezes me deparei com instrutores , pouco empáticos, que não sabiam (ou não queriam) dialogar com alguém da minha geração.
Dados do Instituto de Longevidade apontam que temos 1,4 milhão de brasileiros com mais de 50 anos desempregados. É um número que deveria incomodar qualquer profissional de RH. Na minha opinião, ser estratégico é, acima de tudo, saber cuidar de gente. O RH não pode se colocar como protagonista na decisão de contratação, mas ser um suporte estratégico. Que tal então começarmos a olhar com mais atenção para quem já percorreu boa parte do caminho? Talvez seja justamente essa experiência que esteja faltando na sua equipe.
*Roberto Nascimento é especialista e consultor de entretenimento e negócios, com mais de 40 anos de experiência na indústria publicitária
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